Economia

Carne Fraca ainda reflete nos preços das exportações, diz Maggi

Segundo o ministro, ainda há reflexos, como uma redução da ordem de 3,5% a 4% no preço para alguns mercados

Blairo Maggi: o ministro observou que o Brasil tem enorme potencial na produção de alimentos e que a tendência é cada vez mais agregar valor (Agência Brasil/Agência Brasil)

Blairo Maggi: o ministro observou que o Brasil tem enorme potencial na produção de alimentos e que a tendência é cada vez mais agregar valor (Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de maio de 2017 às 17h54.

Última atualização em 10 de maio de 2017 às 17h55.

Brasília - Quase dois meses depois da deflagração da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, o produto brasileiro já "ultrapassou a barreira da desconfiança sanitária".

Ainda há, porém, reflexos nas exportações brasileiras, como uma redução da ordem de 3,5% a 4% no preço para alguns mercados.

Essa foi a avaliação que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, fez nesta quarta-feira, 10, em audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.

"Existe uma certa restrição, não uma coisa grave", disse o ministro.

"Acho que é normal, até natural, que alguns países nesses momentos tentem fazer com que os preços caiam."

A reversão dessa tendência é um trabalho a ser feito.

"Não podemos perder os mercados que temos e abrir novos."

Ele observou que o Brasil tem enorme potencial na produção de alimentos e que a tendência é cada vez mais agregar valor.

Mas, para isso, é preciso elevar as exportações, pois o mercado interno já está abastecido e há "sobra".

Justamente para preservar mercados compradores, o ministro embarca amanhã para a Arábia Saudita. Justamente para preservar mercados compradores, o ministro embarca amanhã para a Arábia Saudita.

Ele deverá passar também pelos Emirados Árabes, Kuwait e Catar.

Os mercados que se mantêm fechados aos produtos brasileiros, disse o ministro, não causam grandes impactos no comércio.

São eles: Argélia, Benin, Bahrein, Congo, Antígua e Barbuda, Iraque, Moçambique, Trinidad e Tobago, Zimbábue, São Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, Albânia e São Cristóvão e Nevis.

Em oito mercados, entre eles os Estados Unidos e a Rússia, 100% das cargas são inspecionadas. "Isso, para nós, é bom", disse o ministro.

Ele explicou que essas fiscalizações não encontraram nenhum caso de não conformidade, o que ajuda a superar a desconfiança surgida após a ação policial.

Num retrospecto sobre a operação e seus reflexos, Maggi disse que, dos 33 funcionários suspeitos de envolvimento no esquema, 16 foram denunciados pelo Ministério Público à Justiça Federal no Paraná.

O ministro repetiu que a comunicação sobre a operação foi equivocada, o que colocou em risco as exportações brasileiras que, no ano passado, somaram US$ 13,77 bilhões. O governo, porém, agiu de forma rápida e coesa para contorná-la.

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