Maersk Line: empresa reduziu em 20% capacidade de navios que operam rotas no Brasil no 2º semestre (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2014 às 15h15.
São Paulo - Além de reduzir a projeção de crescimento no Brasil, a Maersk Line revisou de 2,5% para menos de 2% a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2014.
A empresa já previa uma desaceleração da economia brasileira no segundo semestre, mas esperava que a primeira metade do ano teria um desempenho melhor que o verificado até o momento.
A previsão de alta de 2,5% do PIB foi feita quando a companhia aguardava crescimento do comércio por contêineres no Brasil entre 5% e 6%, agora revisado para 4%.
Segundo relatório da Maersk Line divulgado nesta terça-feira, 10, as exportações e importações de contêineres aumentaram 4,1% no primeiro trimestre em relação a igual período de 2013, quando a expectativa estava em linha com o que ocorreu no final de 2013 - o quarto trimestre apresentou alta de 8% sobre um ano antes.
"Já esperávamos um movimento do segundo semestre abaixo dos 4% e o primeiro trimestre do ano foi decepcionante", afirmou diretor-geral da Maersk Line do Brasil, Peter Gyde.
Ele lembrou que importantes segmentos da indústria brasileira sofrem com aumento de estoques em 2014. É o caso dos produtores de eletrônicos e automóveis.
"Os estoques precisam ser reduzidos antes de novas importações de insumos para estes segmentos", afirmou.
A Maersk Line reduziu em 20% a capacidade de seus navios que operam rotas no Brasil no segundo semestre ao não vislumbrar aumento no comércio exterior em agosto e setembro, quando tradicionalmente varejistas aumentam a demanda por conta do Natal.
Gyde e o diretor Comercial da companhia, Mario Veraldo, acreditam que o Natal de 2014 terá um comportamento "modesto" em comparação aos anteriores.
Entre os fatores que contribuem para a perspectiva de desaceleração da atividade econômica brasileira no segundo semestre, conforme a Maersk Line, estão redução da demanda do consumidor, greves em diferentes setores de serviços públicos, eleição e Copa do Mundo e risco de racionamento de energia.