Economia

Maduro faz contratos de US$ 6 bi com Rússia em setores de petróleo e ouro

Contratos garantem investimentos de mais de US$ 5 bilhões no setor de petróleo e US$ 1 bilhão em mineração

Nicolás Maduro: "Obrigado, presidente Putin! Obrigado ao povo russo!", afirmou (Marco Bello/Reuters)

Nicolás Maduro: "Obrigado, presidente Putin! Obrigado ao povo russo!", afirmou (Marco Bello/Reuters)

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EFE

Publicado em 6 de dezembro de 2018 às 16h31.

Moscou - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira a assinatura de vários contratos com a Rússia para investir mais de 6 bilhões de dólares em projetos conjuntos nos setores petrolíferos e auríferos.

"Estamos bem. Encerramos uma visita extraordinária", disse Maduro em um vídeo postado na sua conta do Twitter.

Maduro, que se reuniu ontem com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, explicou que hoje em Moscou foi assinado um contrato que garante "investimentos de mais de 5 bilhões de dólares para elevar a produção petrolífera com nossos parceiros russos nas empresas mistas" até quase um milhão de barris.

A essa quantia se soma o acordo para investir uma quantia "superior a 1 bilhão de dólares para a produção em mineração, fundamentalmente em ouro".

Também no setor da mineração antecipou que uma comissão exploratória de empresários russos viajará em breve à Venezuela para abordar a possibilidade de investir no setor do diamante.

Maduro, que falou em uma pequena sala de reuniões com uma vidraçaria e o Kremlin ao fundo, também informou sobre a assinatura de um contrato para garantir o fornecimento de 600.000 toneladas de trigo "para o pão ao povo venezuelano" que cobrirá todas as necessidades do seu país em 2019.

"Isto é muito importante, já que vocês se lembram da guerra do pão que fizeram há dois anos, que já fizeram nos processos revolucionários em outros países para desestabilizá-los", comentou.

No plano militar, ambas partes também fecharam contratos "para o atendimento, assistência e reparação do sistema de armas da república bolivariana da Venezuela".

De fato, meios de comunicação russos informaram sobre a reunião do ministro da Defesa venezuelano, o general Vladimir Padrino López, com seu homólogo russo, Sergei Choigu, a quem expressou o interesse de Caracas em modernizar e renovar seus equipamentos militares.

Por sua parte, Choigu ressaltou que a Rússia está interessada em continuar utilizando os aeródromos e portos do país caribenho para seus navios de guerra e aviação militar.

Maduro, que qualificou a aliança com a Rússia de "integral, energética, alimentar, comercial, de telecomunicações e armamentista", lembrou que em março se reunirá novamente a comissão mista em Moscou "para seguir avançando na relação".

"Só me resta dizer-lhe: Obrigado, presidente Putin! Obrigado ao povo russo! E seguimos avançando...nesta aliança a Rússia e a Venezuela, mais unidas que nunca. Vencendo pelo caminho de Bolívar, pelo caminho de Chávez. Sempre pelo caminho de Chávez. Viva a Venezuela!", afirmou.

Além disso, destacou que a Venezuela defende um novo corte na extração de petróleo, assunto que já foi tratado hoje na cúpula da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em Viena, para evitar que caiam os preços.

Nesse sentido, antecipou que a partir de 2019 venderá todo seu petróleo na criptomoeda petro, planos que também foram abordados pela delegação venezuelana com os dirigentes russos durante a estadia de Maduro em Moscou.

Putin apoiou ontem a normalização das relações entre Maduro e a oposição, e condenou qualquer tentativa de mudar a situação política no país latino-americano pela força, em alusão à suposta ingerência dos Estados Unidos.

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