Economia

Macron descarta "guerra comercial entre aliados" como EUA e UE

Macron ressaltou que "o problema do excesso de capacidade não surge da Europa nem da França"

Macron e Trump: declarações do presidente francês acontecem uma semana antes de que se cumpra o prazo de 1º de maio, quando presidente americano deverá dizer se mantém isenção das tarifas sobre as importações europeias (Jonathan Ernst/Reuters)

Macron e Trump: declarações do presidente francês acontecem uma semana antes de que se cumpra o prazo de 1º de maio, quando presidente americano deverá dizer se mantém isenção das tarifas sobre as importações europeias (Jonathan Ernst/Reuters)

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EFE

Publicado em 24 de abril de 2018 às 21h00.

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta terça-feira que entre aliados é "impossível que haja uma guerra comercial", e ressaltou diante do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que a União Europeia (UE) "não é responsável" pelo excesso de produção de aço e alumínio.

"É muito importante levar em conta que entre aliados, quero dizer, em relação a questões de segurança, é impossível que haja uma guerra comercial", disse Macron ao início da sua reunião de trabalho com Trump na Casa Branca.

Macron reconheceu que é preciso "encarar os desafios globais comuns que se referem ao comércio" e "um desses desafios, é claro, o excesso de produção de aço e alumínio".

"Temos que trabalhar para solucionar a situação (...) Mas acho que nossa vontade é precisamente preservar o marco multilateral", destacou o presidente francês.

Posteriormente, em entrevista coletiva conjunta, Macron ressaltou que "o problema do excesso de capacidade não surge da Europa nem da França".

As declarações do presidente francês acontecem uma semana antes de que se cumpra o prazo de 1º de maio, quando Trump deverá dizer se mantém, ou não, a isenção das tarifas sobre as importações europeias de aço e de alumínio, de 25% e 10%, respectivamente.

Trump impôs estas tarifas em março com o argumento de proteger a indústria siderúrgica nacional, que segundo ele está "dizimada" pelo comércio internacional injusto, mas eximiu temporariamente dessa medida vários aliados, como UE, Brasil, Austrália, Argentina, Canadá e México.

O bloco europeu ameaçou, por sua parte, impor medidas similares a produtos americanos se estes encargos finalmente forem aplicados ao seu aço e ao seu alumínio.

Nesse sentido, o presidente americano insistiu que as barreiras comerciais da UE são "inaceitáveis".

"Nossos fazendeiros não podem enviar seus produtos à UE tão facilmente como deveriam. E nós aceitamos os seus. Portanto temos que mudar isso, e eles entendem", destacou Trump.

"Estamos negociando com a UE. Eles tiveram seus representantes aqui, e acredito que estamos negociando muito, muito a sério", completou.

Trump criticou em repetidas ocasiões a Organização Mundial de Comércio (OMC), por acreditar que o sistema multilateral carece da eficácia necessária para tramitar os desafios comerciais representados pelas práticas injustas de países como a China.

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