Mauricio Macri: "Estes dias despertaram angústia e preocupação nos argentinos, com medo de que a situação que estamos vivendo possa provocar uma crise maior, como tivemos no passado" (Enrique Marcarian/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 15 de maio de 2018 às 18h39.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, disse hoje que seu país está longe de viver uma crise como a de 2001. Ao participar de um evento sobre mobilidade urbana na cidade Moron, a 17 quilômetros de Buenos Aires, Macri assegurou que seu governo "incorporou ensinamentos de outras situações difíceis da história" e está "preparado para prevení-las."
"Estes dias despertaram angústia e preocupação nos argentinos, com medo de que a situação que estamos vivendo possa provocar uma crise maior, como tivemos no passado. Eu entendo, mas estamos longe disso", disse Macri ao lado da governadora da província de Buenos Aires, María Eugenia Vidal.
O presidente argentino afirmou que o país não se divide entre Cambiemos e Peronismo - ao se referir aos principais partidos de oposição e situação. "Se divide entre os que querem construir o futuro e os que querem destruir o futuro", disse ao assegurar que, neste sentido, seu governo tem vocação para sentar com todos que queiram construir acordos, "mesmo que pensemos de maneira distinta."
Em 2001, durante o governo de Fernando de la Rúa, o país vizinho vivia uma situação econômica e social delicada. O desemprego superava os 15%, o mercado financeiro internacional tinha sérias desconfianças na economia e a dívida externa era gigantesca. No final daquele ano, após vários protestos e conflitos entre manifestantes e a polícia, de la Rúa renunciou à presidênca.
Nesta terça-feira, o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) informou que a inflação do país medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu para 2,7% em abril e acumula alta de 9,6% desde o início deste ano. Na comparação com abril de 2017, os preços subiram 25,5% no mês passado.
Em meio à forte desvalorização que o peso registrou nas últimas semanas, o IPC acumulado nos quatro primeiros meses do ano vai se aproximando da meta de inflação de 15% estabelecida pelo governo para o ano e, segundo diversos analistas, não será cumprida.
O aumento dos preços em abril se deve, em maior medida, aos fortes aumentos dos preços regulados dos serviços públicos, conhecidos como "tarifaços" de água, eletricidade, gás e outros combustíveis, que variaram 51% no cômputo anualizado, 13,9% no acumulado do ano e 8% em relação ao mês anterior.
Para 2018, o Banco Central da Argentina tinha fixado inicialmente uma meta de inflação de 10%, com uma variação para cima ou para baixo de dois pontos percentuais, mas em dezembro do ano passado o governo reviu a meta para até 15%.
*Com informações da Telam e da EFE