Economia

Macri antecipa que haverá taxa de câmbio "única" para dólar

Macri antecipou que "haverá uma única taxa de câmbio em que o Banco Central ordenadamente vai intervir para que esteja administrada em franjas"


	Pesos argentinos: "É preciso saber o estado real das contas públicas e o estado real do Banco Central"
 (Diego Giudice/Bloomberg)

Pesos argentinos: "É preciso saber o estado real das contas públicas e o estado real do Banco Central" (Diego Giudice/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2015 às 15h43.

Buenos Aires - O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, afirmou nesta segunda-feira que estabelecerá uma taxa de câmbio "único" para o dólar, que tomará as medidas necessárias para que o investimento volte ao país e que a política cambial estabelecida pelo governo de Cristina Kirchner "foi um erro".

Embora o líder da coalizão opositora Mudemos tenha dito que ainda é cedo para avançar uma agenda de "governo", já que sua equipe deverá primeiro analisar o estado das contas públicas e do Banco Central argentino, Macri se comprometeu a trabalhar para que a Argentina "volte a crescer e para que o investimento volte".

Sem dar definições precisas sobre questões fundamentais que influenciarão na política cambial durante seu mandato, como o conflito judicial com os fundos especulativos que não aceitam a reestruturação da dívida argentina, Macri antecipou que "haverá uma única taxa de câmbio em que o Banco Central ordenadamente vai intervir para que esteja administrada em franjas".

"A Argentina não tem um sistema de informação crível e confiável. É preciso saber o estado real das contas públicas e o estado real do Banco Central", acrescentou.

Também assinalou que é necessário ter um Banco Central "independente", estatísticas oficiais verazes e acessíveis para todos os cidadãos.

O líder conservador, que sucederá Cristina na Casa Rosada a partir de 10 de dezembro, antecipou que seu governo terá um Gabinete econômico formado por seis ministros, cujos nomes serão definidos ainda esta semana.

Desde 2011, e diante da impossibilidade de comparecer aos mercados internacionais para se financiar, o governo de Cristina Kirchner intensificou a adoção de medidas para restringir o acesso a moeda estrangeira, com o objetivo de evitar a sangria das reservas de divisas do Banco Central, utilizadas para pagar a elevada dívida pública argentina.

O denominado "cepo ao dólar", que procura proteger o peso argentino da desvalorização, inclui limitações às importações e à compra de divisas por particulares e novas taxas sobre o uso de cartões de crédito no exterior, entre outras.

As medidas provocaram o florescimento de um mercado cambial paralelo informal, no qual o valor do dólar chegou a estar 72% acima do câmbio oficial, em agosto, batendo um recorde histórico.

A Bolsa de Buenos Aires abriu hoje em alta e a cotação oficial do dólar abriu em 9,68 pesos para a venda, um centavo a mais que no fechamento de sexta-feira, enquanto no mercado informal, o valor do dólar paralelo ficou em 15,10 unidades, mantendo a tendência em retrocesso das últimas semanas.

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