Economia

Lula afirma que reagirá à taxação do aço por Trump: 'Vamos denunciar na OMC ou taxar produtos deles'

Declaração acontece depois de presidente americano assinar memorando sobre tarifas recíprocas a países que cobram taxas de importação

Presidente critica taxação do aço imposta pelos EUA (Cadu Gomes/AFP)

Presidente critica taxação do aço imposta pelos EUA (Cadu Gomes/AFP)

Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 10h33.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2025 às 13h57.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, 14, que o Brasil reagirá à possível taxação do aço brasileiro pelos Estados Unidos.

“Se taxar o aço brasileiro, nós vamos reagir comercialmente, ou vamos denunciar na Organização do Comércio ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles”, disse Lula em entrevista à Rádio Clube do Pará, referindo-se à Organização Mundial do Comércio (OMC).

O presidente brasileiro também criticou a mudança na postura dos EUA em relação ao livre comércio, lembrando que o país historicamente incentivou a abertura de mercados, mas agora adota medidas protecionistas.

Nesta semana, Trump anunciou taxas extras de 25% sobre aço e alumínio, que entram em vigor em 12 de março. Como o prazo é longo, há espaço para negociações, que poderão reduzir as medidas ou mesmo eliminá-las.

Em 2018, em seu primeiro mandato, Trump também anunciou tarifas, mas depois fez concessões, como a de estabelecer cotas de importação isentas, o que, na prática, fez com que vários países não fossem afetados pelas taxas.

Relação entre estados

Sobre a relação com Trump, Lula minimizou a ausência de diálogo direto com o presidente americano desde sua posse, em 20 de janeiro.

“Não tem relacionamento, ainda não conversei com ele e ele ainda não conversou comigo. O relacionamento é entre Estado brasileiro e Estado americano”, afirmou.

Lula também questionou a nova postura protecionista dos EUA. “Agora estão defendendo que tudo é para os americanos”, disse. Apesar das críticas, o presidente destacou que vários países querem ampliar o comércio com o Brasil, sugerindo que o país tem opções além do mercado americano.

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