Economia

Lula pede medidas do governo para justificar saída de Levy

O ex-presidente defendeu ainda uma “forte de política de financiamento” e que se o governo não investir não terá como convencer os empresários a fazê-lo


	Luiz Inácio Lula da Silva: "não conseguimos ganhar uma pessoa do mercado"
 (REUTERS/Ricardo Moraes)

Luiz Inácio Lula da Silva: "não conseguimos ganhar uma pessoa do mercado" (REUTERS/Ricardo Moraes)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2016 às 12h31.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira, em conversa com blogueiros, que o governo terá que anunciar mudanças “até para justificar a saída de Joaquim Levy” do Ministério da Fazenda, o que deverá ser feito em breve, e que a tentativa de ganhar simpatia do mercado não deu resultado e o governo "perdeu seu exército”.

“Em algum momento se acreditou que fazendo um discurso para o mercado ia melhorar, não conseguimos ganhar uma pessoa do mercado", afirmou o ex-presidente.

"Nem o Levy, que era representante do mercado no Ministério da Fazenda, ganhou. E perdemos a nossa gente. A Dilma tem um desafio agora. Em algum momento nesse mês vão ter que anunciar alguma coisa, até para explicar por que o Levy saiu, o que vai mudar”.

O ex-presidente defendeu ainda uma “forte de política de financiamento” e que se o governo não investir não terá como convencer os empresários a fazê-lo.

“A Dilma tem que ter como obsessão a retomada do crescimento, o controle da inflação e a geração de emprego. É preciso ter clareza que não se convence empresários se o governo não está pondo dinheiro, porque empresários não vão pôr se o governo não fizer. O governo tem que tomar iniciativa. É preciso uma forte política de financiamento”, disse.

Lula ainda defendeu que o governo faça mudanças tributárias e também a reforma da Previdência, desde que seja conversada com empresários e trabalhadores. O governo pretende apresentar ainda este ano proposta de mudanças nas duas áreas.

Lula reconheceu, mais uma vez, que o governo vendeu durante a campanha eleitoral uma visão que não consegue entregar.

“Acho que houve um equívoco político, já reconhecido, do fato de a gente ganhar com um discurso e não poder cumpri-lo. A Dilma dizia que não ia mexer em direito de trabalhador nem que a vaca tussisse e que o ajuste era coisa de tucano, e não dela. E depois foi obrigada a fazer”, disse.

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