Economia

Lula: 'Graças a Deus o BB não foi privatizado'

São Paulo - O presidente Luiz Inácio lula da Silva afirmou hoje que o governo provou, ao tomar atitudes para combater os efeitos da crise internacional, que o Estado não é ineficaz como alguns pensam. "O Estado não precisa se meter a ser gerente, a ser um empresário, mas tem de ser um grande indutor, […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

São Paulo - O presidente Luiz Inácio lula da Silva afirmou hoje que o governo provou, ao tomar atitudes para combater os efeitos da crise internacional, que o Estado não é ineficaz como alguns pensam. "O Estado não precisa se meter a ser gerente, a ser um empresário, mas tem de ser um grande indutor, um regulador das discussões." Lula fez essa afirmação durante discurso no encontro dos administradores do Banco do Brasil, em São Paulo, no qual ele justificou a decisão do governo de ampliar a oferta de recursos por bancos públicos com o objetivo de suprir a liquidez no sistema financeiro.

Lula lembrou que, no passado, a possibilidade de privatização do Banco do Brasil chegou a ser discutida e agora a preservação da instituição como órgão público mostrou-se acertada. "Graças a Deus o Banco do Brasil não foi privatizado. Abriu (o capital) para venda de ações sem perder a essência de banco público."

O presidente disse que quando a crise começou, o presidente do BB se reuniu muitas vezes com o ministro da Fazenda e com ele (Lula) com o objetivo de encontrar formas de combater a ausência de crédito, que assolou o mercado. Foi essa situação, segundo Lula, que levou o governo a estimular o BB a comprar 50% do banco Votorantim, que tinha uma grande carteira de crédito para veículos usados. "Nós decidimos que o País não deixaria de ter crédito", afirmou Lula, dizendo que o estímulo à oferta de financiamento é uma receita óbvia, mas que havia sido esquecida por governos anteriores.

Lula voltou a dizer que o volume total de crédito no País subiu de R$ 381 bilhões em 2003 para R$ 1,41 trilhão em 2009. "Os bancos tinham desaprendido a fazer financiamento e tivemos a atitude de fazer aquilo que é o prêmio óbvio." Ele citou o crédito consignado, modalidade que já injetou na economia R$ 110 bilhões e contribuiu para o acesso da camada mais pobre da população ao consumo.

O presidente lembrou que a Caixa Econômica Federal teve sua carteira de crédito habitacional ampliada de R$ 5 bilhões em 2003 para R$ 45 bilhões. E por fim, disse que o BNDES elevou o volume de crédito de cerca de R$ 38 bilhões em 2003 para R$ 139 bilhões em 2009. "O pobre teve acesso ao dinheiro nesse País. Isso não aconteceria se não fossem os bancos públicos", afirmou Lula, dizendo ainda que não é nem economista nem cientista político mas foi capaz de perceber a necessidade de ampliação do crédito para garantir o crescimento do País.

O presidente disse ainda que o bom desempenho do seu governo acontece porque ele é uma pessoa de sorte. "Pode-se dizer que eu tenho sorte sim, mas eu quero alguém que tenha muita sorte para ser o presidente do País", disse.

 

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