Economia

Lula e chanceler alemão discutem acordo Mercosul-União Europeia e querem 'rápida ratificação'

Lula tem intensificado o diálogo com líderes internacionais; estratégia busca ampliar o intercâmbio de bens e serviços e reforçar o multilateralismo

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 11 de setembro de 2025 às 18h06.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou nesta quinta-feira, 11, com o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz. Segundo nota oficial divulgada pelo governo alemão, um dos principais temas abordados foi o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.

“O foco da conversa foi o intercâmbio sobre o aprofundamento das relações econômicas entre os dois países. Ambas as partes concordaram em trabalhar para a rápida ratificação e implementação do acordo comercial UE-Mercosul”, informou o comunicado.

Ainda de acordo com a nota, Merz elogiou a qualidade das relações bilaterais e destacou o papel estratégico do Brasil na região, especialmente no contexto da presidência brasileira do Mercosul.

Guerra comercial

Desde o início da guerra comercial promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — que impôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros —, Lula tem intensificado o diálogo com líderes internacionais. A estratégia busca ampliar o intercâmbio de bens e serviços e reforçar o multilateralismo, em contraposição a medidas unilaterais que, segundo o presidente brasileiro, prejudicam as relações comerciais globais.

Na última segunda-feira, Lula participou de uma reunião virtual com líderes do Brics e, nas semanas anteriores, manteve contato telefônico com líderes europeus, incluindo o presidente da França, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Durante a conversa com Macron, Lula pediu apoio à aprovação do acordo Mercosul-União Europeia. A França é um dos países que mais resistem ao tratado, pressionada por agricultores locais que temem perder espaço para produtos sul-americanos.

A expectativa é que o acordo seja assinado em dezembro, durante a cúpula de presidentes do Mercosul, em Brasília. Após a aprovação pelo Conselho Europeu, o texto ainda precisará passar pelo Parlamento Europeu e pelos legislativos dos países que compõem a união aduaneira: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

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