Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião: cortes são impopulares, mas necessários para o ajuste fiscal (Reprodução/ Redes socias)
Agência de notícias
Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 21h38.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta sexta-feira, 20, durante uma reunião ministerial no Palácio da Alvorada, que o corte de gastos não é uma medida bem recebida nem pelo governo, nem pelo Congresso. Contudo, ele ressaltou que essas ações são fundamentais para conter as despesas públicas.
De acordo com relatos de participantes, Lula aproveitou a ocasião para parabenizar a equipe econômica e a de articulação política pela aprovação de um pacote de contenção de gastos no Congresso. Na última semana, a Câmara e o Senado aprovaram três propostas importantes, incluindo mudanças no salário mínimo e no abono salarial.
Durante a reunião, o presidente citou nomes como Fernando Haddad (ministro da Fazenda), Alexandre Padilha (ministro das Relações Institucionais), além dos líderes José Guimarães (PT-CE), Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (PT-AP). Ele também comentou que a economia está em um bom momento, destacando a previsão de crescimento do PIB para 2023, estimada em 3,5% pelo Banco Central.
Entretanto, Lula apontou o câmbio como um ponto fora da curva, mencionando que o dólar teve uma alta expressiva nas últimas semanas devido às incertezas fiscais.
Em tom conciliador, Lula enfatizou que o governo não pretende gerar conflitos, o que foi interpretado como um gesto de trégua nas críticas ao mercado financeiro. Após a reunião, o presidente publicou um vídeo ao lado do próximo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, acompanhado pelos ministros Fernando Haddad, Simone Tebet (Planejamento) e Rui Costa (Casa Civil).
No vídeo, Lula elogiou Galípolo e destacou a importância do combate à inflação, garantindo que não haverá interferência no Banco Central. Gabriel Galípolo assume interinamente neste sábado e ocupará oficialmente o cargo a partir de 1º de janeiro.
Lula também reforçou o compromisso com o ajuste fiscal, sinalizando que novas ações poderão ser implementadas se necessário.
“Tomamos as medidas necessárias para proteger a nova regra fiscal e seguiremos atentos à necessidade de novas medidas. O Brasil é guiado por instituições fortes e independentes que trabalham em harmonia para avançar com responsabilidade”, disse o presidente.