Economia

Lula defende venda direta de combustíveis pela Petrobras para reduzir preços

Presidente critica papel de intermediários e privatização da BR Distribuidora

Lula defendeu venda direta de combustíveis para baratear o custo desses produtos aos consumidores (Ricardo Stuckert / PR)

Lula defendeu venda direta de combustíveis para baratear o custo desses produtos aos consumidores (Ricardo Stuckert / PR)

Publicado em 17 de fevereiro de 2025 às 14h23.

Última atualização em 17 de fevereiro de 2025 às 14h25.

Tudo sobreLuiz Inácio Lula da Silva
Saiba mais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu que a Petrobras venda gasolina, diesel e gás diretamente a grandes consumidores para reduzir os preços ao consumidor final. Atualmente, a comercialização desses combustíveis passa por distribuidoras, que os revendem aos postos antes de chegar ao cliente.

“A Petrobras tem que tomar uma atitude. Precisamos vender diesel diretamente para os grandes consumidores, se puder comprar direto, para baratear o preço. Se pudermos vender gasolina e gás direto também... O povo, no fundo, é assaltado pelo intermediário, e a fama fica com o governo” , afirmou Lula, nesta segunda-feira, 17, durante evento da estatal no Terminal da Baía de Ilha Grande (Tebig), em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

Lula argumentou que há uma distorção entre o preço de saída da Petrobras e o valor pago pelo consumidor. “A gasolina sai da Petrobras a R$ 3,04 e chega na bomba a mais de R$ 6,49, ou seja, é vendida pelo dobro”, disse. Ele fez a mesma observação sobre o diesel e o gás de cozinha, citando que um botijão de 13 kg custa R$ 35 na refinaria, mas pode chegar a R$ 140 para o consumidor.

O presidente voltou a criticar a privatização da BR Distribuidora, hoje chamada Vibra, destacando que a estatal perdeu o controle sobre a logística de distribuição. O evento contou com a presença do vice-presidente, Geraldo Alckmin; do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; da presidente da Petrobras, Magda Chambriard; e do presidente da Transpetro, Sérgio Bacci.

O presidente defendeu mais transparência. “O povo tem que saber quem xingar quando aumenta. O povo tem que saber quem é o filha da mãe disso”, disse Lula, ao relatar uma conversa com a presidente da Petrobras.

Reajuste e impacto do ICMS

Na última semana, os preços dos combustíveis voltaram a subir nos postos. Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), entre os dias 9 e 15 de fevereiro, o preço médio da gasolina chegou a R$ 6,37, enquanto o diesel foi a R$ 6,39 .

Os preços estão no maior patamar desde o início do governo Lula. Desde 19 de janeiro, a gasolina vem atingindo recordes, chegando a R$ 6,19 no mês passado. O aumento reflete o reajuste do ICMS, imposto estadual, que subiu em todo o Brasil no início de fevereiro. O tributo da gasolina passou de R$ 1,37 para R$ 1,47 por litro, enquanto o diesel teve um aumento de R$ 0,06, chegando a R$ 1,12.

Além disso, há duas semanas, a Petrobras reajustou o preço do diesel para as distribuidoras, que subiu 6%, para R$ 3,72 por litro. Esse foi o primeiro aumento do combustível desde 2023.

Acompanhe tudo sobre:PetrobrasGasolinaÓleo diesel

Mais de Economia

Dieese: 88,2% dos reajustes salariais em janeiro tiveram ganhos acima da inflação

Onda de calor faz produção de ar-condicionado bater recorde no país

Eduardo Braga é designado relator da segunda parte da reforma tributária no Senado