Agência de notícias
Publicado em 1 de agosto de 2025 às 15h42.
Última atualização em 1 de agosto de 2025 às 15h53.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou nesta sexta-feira, 1º de agosto, uma cerimônia de entrega de unidades do programa Minha Casa, Minha Vida para cobrar os ministros Jader Filho (Cidades) e Rui Costa (Casa Civil), o presidente da Caixa, Carlos Vieira, e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre a demora para o lançamento de um novo modelo de financiamento para destravar a compra de imóveis no país, principalmente para a classe média.
— Fizemos a reunião em 24 de junho, me pediram 30 dias para apresentar a proposta definitiva. Já estamos no mês de agosto, tanto você, Jader, como o Carlos, como a Inês [Magalhães, vice-presidente de Habitação da Caixa], como o Rui Costa, que está ouvindo aqui, como o presidente do Banco Central, me devem uma resposta porque já dobrou a data.
Dos citados, apenas Galípolo não participou da cerimônia. Lula disse que o governo decidiu lançar "o maior programa habitacional da história deste país”. A iniciativa é vista no Planalto como uma arma para impulsionar a popularidade do presidente. No discurso desta sexta-feira, o petista falou em atender com o programa pessoas que ganham até R$ 12 mil por mês.
Para destravar o financiamento da casa própria para a classe média, as mudanças avaliadas pelo governo incluem flexibilizar o volume de recursos da poupança que fica retido no Banco Central e criar um mecanismo para aumentar a atratividade dos contratos corrigidos pelo IPCA — índice oficial de inflação.
Os depósitos na poupança são a principal fonte de recursos para o crédito imobiliário, mas sua participação vem caindo junto com redução no saldo da caderneta em meio ao aumento do acesso da população a aplicações financeiras mais rentáveis.
A ideia é permitir uma flexibilização nas regras que os bancos têm de seguir para aplicação dos recursos captados via poupança. Atualmente, 65% dos depósitos são direcionados obrigatoriamente para crédito imobiliário, enquanto 20% ficam retidos no BC na forma de depósitos compulsórios e os outros 15% podem ser usados livremente pelos bancos.
Questionado sobre a cobrança, Jader Filho culpou o Banco Central pela demora.
— O Ministério das Cidades entende que do valor que está sendo discutido pelo Banco Central, pelo menos 80% deve permanecer para a habitação e que nós tenhamos um limite na taxa de juros. Os juros não podem ficar liberados.
O ministro disse que há falta de recursos para financiamento atualmente.
— Nós temos de buscar a classe média, que tem hoje dificuldade de alcançar financiamento devido à questão da taxa de juros estar muito elevada. A poupança tem tido uma migração muito forte dos recursos da poupança e com isso estão faltando recursos para financiamento para a classe média.