Economia

Londres reforça plano de ajuda às pequenas e médias empresas por covid-19

Rishi Sunak, ministro das Finanças, apresentou projeto que concede à empresas um empréstimo equivalente a 25% de seu faturamento

Reino Unido: Banco da Inglaterra prevê pior recessão do Reino Unido em séculos devido a pandemia de coronavírus (Matt Dunham/Pool/Reuters)

Reino Unido: Banco da Inglaterra prevê pior recessão do Reino Unido em séculos devido a pandemia de coronavírus (Matt Dunham/Pool/Reuters)

A

AFP

Publicado em 27 de abril de 2020 às 16h04.

O governo britânico apresentou, nesta segunda-feira (27), um novo plano de empréstimos 100% garantido para ajudar as pequenas e médias empresas como forma de reduzir os efeitos econômicos da pandemia de coronavírus, à espera de uma estratégia de saída do confinamento.

Sob pressão dos círculos empresariais, dos deputados conservadores e do Banco da Inglaterra voltado às empresas mais vulneráveis, o ministro das Finanças, Rishi Sunak, apresentou o plano diante do Parlamento. Esse mecanismo "oferece uma solução sensata, rápida e fácil para os que precisam de pequenos empréstimos", afirmou.

O plano foi pensado para ser de fácil acesso: as pequenas e médias empresas deverão preencher um formulário simples para obter um empréstimo equivalente a 25% do seu faturamento, o equivalente a um valor entre £ 2.000 e 50.000, sem juros nos primeiros 12 meses.

Os empresários ficaram satisfeitos com essa notícia, depois de nos últimos dias terem criticado duramente o difícil acesso ao financiamento às empresas muito pequenas.

"Milhares de empresas podem ser salvas por causa dessa rede de segurança. Os bancos agora devem continuar seu trabalho para conceder empréstimos mais rapidamente", disse Carolyn Fairbairn, diretora-executiva do CBI, o principal sindicato patronal do Reino Unido, em comunicado.

Esse novo plano econômico se apresenta junto ao anterior oferecido no país, no qual apresentou-se garantias estatais em até 80% para empréstimos de até £ 5 milhões.

Trata-se de uma das principais medidas lançadas pelo governo de Boris Johnson para diminuir o impacto do coronavírus no Reino Unido, juntamente com o pagamento por parte do Estado de 80% dos salários dos funcionários que não forem demitidos.

Quase meio milhão de empresas solicitou esse pagamento de salários, o que representa 4 milhões de empregos em situação de desemprego parcial, disse Sunak. As empresas, por sua vez, pedem informações sobre uma futura saída do confinamento e solicitaram que o governo  divulgue sua estratégia.

O primeiro-ministro Boris Johnson, que voltou ao trabalho nesta segunda-feira duas semanas após receber alta do hospital, prometeu informar nos próximos dias as decisões do governo. Apesar das incertezas em relação à saída da crise, algumas empresas de setores como construção ou comércio planejam retomar algumas de suas atividades, cumprindo rigorosas medidas sanitárias.

Segundo Gertjan Vlieghe, membro do comitê de política econômica do Banco da Inglaterra, as consequências da pandemia podem levar à pior recessão do Reino Unido em "vários séculos".

O gabinete de Responsabilidade Orçamentária disse temer um colapso de 13% no PIB do país em 2020.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpréstimosReino Unido

Mais de Economia

Campos Neto: inflação preocupa e mercado está mais apreensivo sobre o fiscal

Ata do Copom sinaliza política monetária "contracionista" e aceleração do ritmo de alta da Selic

Rendimento dos títulos chineses de 10 anos cai para 2% em meio a medidas de estímulo

"Reduzimos o déficit fiscal em 85%", diz secretário da Fazenda após críticas sobre contingenciamento