Economia

Coronavírus: Inglaterra corta juros, mas mercado quer mais de governos

Após EUA reduzir taxas, o Banco da Inglaterra anunciou que cortará pela metade a taxa de juros no país, para 0,25%

Máscaras em Londres:  bolsas em alta na Europa, mas índices futuros em baixa nos Estados Unidos (Henry Nicholls/Reuters)

Máscaras em Londres: bolsas em alta na Europa, mas índices futuros em baixa nos Estados Unidos (Henry Nicholls/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2020 às 06h49.

Última atualização em 11 de março de 2020 às 07h30.

São Paulo — Qual a melhor resposta que governos podem dar às consequências econômicas da epidemia de coronavírus? Mesmo com os juros no menor patamar da história mundo afora, um corte adicional nas taxas segue como primeira frente de ação. Semana passada, o Fed, o banco central americano, anunciou um corte extraordinário de 0,5 ponto percentual, num movimento que não serviu para trazer tranquilidade aos investidores. Nesta quarta-feira, o corte de juros veio do Reino Unido.

O Banco da Inglaterra anunciou que cortará pela metade a taxa de juros no país, para 0,25%, numa tentativa de impulsionar a economia do país em meio aos desdobramentos do coronavírus. O banco não anunciou medidas adicionais, mas investidores seguem esperando ações como recompras de títulos, segundo a agência Reuters.

Além dos cortes de juros, os Estados Unidos anunciaram cortes em impostos sobre a folha de pagamentos, e Japão, Itália e Alemanha anunciaram injeção direta de recursos para melhorar a saúde financeira de suas empresas. O Banco Central Europeu se reúne nesta quinta-feira — como as taxas na região já esão negativas, a pressão é pelo anúncio de medidas fiscais para atenuar os impactos da crise. O pacote de ações é o suficiente para evitar um cenário que no limite pode escalar para uma recessão que encolha a economia global em 1,5%, segundo a consultoria McKinsey?

Investidores continuam ressabiados. Após um dia de alívio, ontem, quando a bolsa brasileira subiu 7% e os índices americanos avançaram 5%, a quarta-feira pode ser mais um dia de tensão.

As bolsas asiáticas fecharam em queda nesta quarta-feira, com Tóquio recuando 2,2%. Os índices europeus, por sua vez, abriram em alta: o alemão DAX subia 1,8% até as 7h de Brasília, e o Stoxx 600 avançava 1,3%. Já nos Estados Unidos, onde o número de casos de coronavírus chegou a 1.000, os contratos futuros ligados ao Dow Jones abriram em queda de 2% com dúvidas crescentes sobre a capacidade do países de lidar com a epidemia.

Para além do coronavírus, as vitórias de Joe Biden em prévias democratas para a presidência, na noite desta terça-feira, podem trazer um dose de alívio aos mercados. Biden tem 823 delegados, ante 663 do socialista Bernie Sanders. Já o petróleo, que puxou as altas de ontem, voltou à baixa nesta quarta-feira, impactado pelas crescentes trocas de ameaças entre Rússia e Arábia Saudita.

No Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressionou ontem, o governo, a fazer investimentos para recuperar a economia em meio à crise crescente. Vozes das mais radicais às mais moderadas têm cobrado o governo Bolsonaro a fazer mais — mas está aí uma voz que certamente não será ouvida no Planalto.

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