Economia

Lloyds diz que boom em seguros coloca setor em risco

Enxurrada de investimentos de capital em estruturas ligadas a seguros pode levar à instabilidade e provocar uma nova crise financeira

Lloyds: para John Nelson, tendência ajudou a financiar a manutenção do ritmo de expansão com o crescimento de economias e aumento da demanda (Mattew Lloyd/Bloomberg)

Lloyds: para John Nelson, tendência ajudou a financiar a manutenção do ritmo de expansão com o crescimento de economias e aumento da demanda (Mattew Lloyd/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2013 às 11h11.

Londres - Uma enxurrada de investimentos de capital em estruturas ligadas a seguros pode levar à instabilidade e provocar uma nova crise financeira se deixada sem supervisão, alertou o presidente do conselho do Lloyds.

Bilhões de dólares de fundos de investimentos foram destinados a estruturas ligadas a seguros nos últimos anos como uma alternativa a aplicações mais tradicionais, como títulos de dívida, que atualmente oferecem rendimentos menores devido às baixas taxas de juros.

Isso permitiu que seguradoras e resseguradoras, em particular, espalhassem risco e reduzissem os preços.

Em um discurso no fim da quarta-feira, John Nelson, presidente do conselho do Lloyds, disse que a tendência ajudou a financiar a manutenção do ritmo de expansão com o crescimento de economias e aumento da demanda.

Mas ele alertou que se isso não for propriamente supervisionado, a enxurrada de recursos pode terminar colocando em risco a estabilidade do setor.

Nelson afirmou que a indústria de seguros deve evitar que o capital fique atrelado ao risco, um erro que ele diz ter causado os "problemas sistêmicos" na indústria bancária a partir de 2007.

O amplamente desacreditado modelo bancário de "originação para distribuição" viu credores descarregarem bilhões de dólares em empréstimos de baixa nota de crédito para terceiros por meio da venda de bônus especiais garantidos pelo repagamento de hipotecas.


Instrumentos financeiros ligado a seguros cada vez mais populares são os chamados "bonds de catástrofe", títulos que são vendidos por seguradoras e resseguradoras para compartilhar o risco que elas assumem para as catástrofes naturais e outros eventos que podem levar a caros pagamentos.

"Algumas das estruturas sendo usadas ​​podem prejudicar algumas das qualidades do modelo de seguro, que proporciona uma transferência de risco de mercado segura e confiável", disse Nelson.

Ele acrescentou que a indústria e os reguladores financeiros devem ficar "extremamente atentos".

"Precisamos ter certeza de que o capital permanece corretamente ligado à transação subjacente para que o risco seja adequadamente avaliado, apropriadamente precificado e devidamente supervisionado", disse.

Acompanhe tudo sobre:BancosEmpresasEmpresas inglesasFinançasLloydsPar CorretoraSeguros

Mais de Economia

Temos um espaço muito menor para errar, diz Funchal sobre trajetória da dívida pública

Isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil recairá sobre grandes empresas, diz Rodrigo Maia

A crescente força das gerações prateadas no Brasil

Haddad diz que consignado privado pelo eSocial terá juro "menos da metade" do que se paga hoje