Economia

Livre-comércio com Argentina não terá impacto em 2016

"Isto porque todos os planos de exportação das empresas já estão estabelecidos e não serão alterados, nos dois lados"


	Brasil e Argentina: a vantagem de assinar um acordo de livre-comércio é que as empresas terem mais previsibilidade para realizar seus negócios
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Brasil e Argentina: a vantagem de assinar um acordo de livre-comércio é que as empresas terem mais previsibilidade para realizar seus negócios (Ueslei Marcelino / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2016 às 12h52.

São Paulo - Se assinado nos próximos meses pelos governos de Brasil e Argentina, o acordo de livre-comércio para o setor automotivo não vai impulsionar as exportações brasileiras de veículos para os argentinos em 2016, afirmou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan.

"Isto porque todos os planos de exportação das empresas já estão estabelecidos e não serão alterados, nos dois lados", explicou.

Para Moan, a vantagem de assinar um acordo de livre-comércio neste momento é que as empresas passam a ter mais previsibilidade para realizar seus negócios.

Há alguns anos os dois países mantém um acordo conhecido como "flex", renovado anualmente.

Nele, para cada dólar que a Argentina exporta ao Brasil em autopeças e veículos, sem incidência de impostos, as fábricas brasileiras podem exportar 1,5 dólar para os argentinos. O atual contrato vai até 30 de junho.

O governo brasileiro apresenta nesta quinta-feira, 18, ao governo argentino uma proposta de livre-comércio. A Argentina é, historicamente, o principal destino das exportações brasileiras de veículos e autopeças, com quase 50% do total.

O presidente da Anfavea torce para que o acordo seja firmado antes do fim do atual contrato.

"Precisamos o mais rápido possível", disse. Para ele, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, tem dado declarações que sinalizam para uma maior abertura comercial entre os dois países.

"Apostamos que será possível", afirmou.

Embora não haja uma expectativa de aumento das exportações por meio do acordo, as montadoras brasileiras apostam no setor externo para estabilizar ou elevar a sua produção.

As fábricas se viram obrigadas a reduzir boa parte de sua produção em 2015 em razão da forte queda na venda de veículos no Brasil, de 26,5% ante 2014, o maior tombo em 27 anos.

E, em 2016, continua a fazer ajustes na produção, resultando na demissão de mais trabalhadores.

Em janeiro, o volume de unidades produzidas no Brasil caiu 29% na comparação com igual mês de 2015.

No início de fevereiro, Moan afirmou que a Anfavea e a Adefa (a associação de montadoras da Argentina) enviaram propostas de livre-comércio a seus respectivos governos.

Na terça-feira, o presidente da Anfavea esteve em Brasília para se reunir com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, e discutir a proposta.

Ele negou que tenha pedido algum benefício fiscal no encontro.

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