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Linha de R$ 30 bi por tarifaço: taxa de juros, prazos e condições serão definidas na semana que vem

Governo precisa balizar as medidas em reunião com o Conselho Monetário Nacional (CMN)

Agência o Globo
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Publicado em 13 de agosto de 2025 às 16h12.

Última atualização em 13 de agosto de 2025 às 16h19.

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As condições das linhas de crédito de R$ 30 bilhões anunciadas nesta quarta-feira para apoiar as empresas exportadoras afetadas pelo tarifaço de Donald Trump devem ser definidas na próxima semana.

O plano de contingência foi divulgado em cerimônia no Palácio do Planalto. Por meio do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), o governo irá liberar R$ 30 bilhões em crédito, como antecipou O Globo.

Em entrevista à imprensa, técnicos do governo detalharam como as medidas irão funcionar. Segundo o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, as condições de financiamento, como taxa de juros e prazos, serão definidas a partir da próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).

— Já estamos em diálogo com os bancos, são processos concomitantes. Ao mesmo tempo que estávamos construindo as medidas estávamos falando com a Receita e em diálogo com os bancos e ao longo desta e da próxima semana esses atos serão editados e vamos construir junto com os bancos um cronograma de oferta dessas linhas de crédito — disse Mello.

A próxima reunião do conselho está prevista para o fim de agosto. No entanto, um encontro extraordinário deve ser marcado antes, segundo secretários da Fazenda. O CMN é formado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

O secretário executivo da Fazenda, Dario Durigan, disse que ainda é necessário definir quais setores terão prioridade na tomada de crédito.

— Quando a gente tiver a priorização dos setores, decisão do CMN, a decisão definida, passaremos isso para os bancos, que vão ter o tempo de implementar a oferecer o crédito.

O governo vai publicar uma medida provisória (MP) que vai estabelecer que as linhas de crédito poderão consistir no financiamento para:

  • capital de giro para produtos impactos pela imposição de tarifas adicionais sobre as exportações brasileiras aos EUA;
  • investimento para adaptação da atividade produtiva de empresas impactadas pelas tarifas;
  • investimentos que propiciem adensamento da cadeia produtiva visando à ampliação das exportações e abertura de novos mercados para os produtos e serviços brasileiros exportados; e
  • investimento em inovação tecnológica ou adaptação de produtos, serviços e processos visando à ampliação das exportações e abertura de novos mercados para os produtos e serviços brasileiros exportados.
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