Caminhoneiros: congelamento no preço do diesel e o "cartão caminhoneiro", anunciados pela Petrobras, ainda não são suficientes para evitar uma greve da categoria (Andre Coelho/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de março de 2019 às 08h45.
Rio - Líder dos caminhoneiros, Wallace Costa Landim, conhecido como Chorão, afirmou ontem que o congelamento no preço do diesel por períodos de 15 dias e o 'cartão caminhoneiro', anunciados pela Petrobras, ainda não são suficientes para evitar uma greve da categoria.
Apesar de pessoalmente não apoiar o movimento, Landim afirma haver de 15 a 20 grupos de articulação pela paralisação no WhatsApp. Eles fogem ao controle de lideranças sindicais com as quais o governo tem conversado.
Segundo ele, a pressão parte, principalmente, de caminhoneiros de Minas Gerais. Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte estão entre os que já sinalizaram que não aprovam paralisação convocada para sábado, 30.
Neste mês, Chorão se encontrou com representantes do governo em três ocasiões. Na primeira delas, no dia 15, esteve com Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil, ao lado de técnicos da Economia, para apresentar a pauta de reivindicação.
No que diz respeito aos combustíveis, os caminhoneiros pedem que o preço do diesel fique congelado por pelo menos 30 dias e seja reduzido. "A Petrobrás teve lucro exorbitante", disse. "Não podemos pagar diesel em dólar." Eles também negociam mais rigor na cobrança de fretes e construção das paradas para descanso.
Para Landim, o fato de 90% da categoria ter apoiado a eleição de Bolsonaro merece resposta. "A Petrobrás não responde 100% nossas reivindicações, mas demonstra que o governo busca mecanismos para nos atender", disse.
Reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o governo tem monitorado movimentações de caminhoneiros no País. O acompanhamento é feito pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI).