Economia

Líder do governo confirma criação de novo imposto sobre transações de 0,2%

Mas ainda não há consenso sobre reforma tributária. Senador Eduardo Gomes assegura que não haverá aumento de carga de tributos e, sim, substituição

Eduardo Gomes (MDB-GO), líder do governo no Congresso  (Marcos Oliveira/Agência Senado)

Eduardo Gomes (MDB-GO), líder do governo no Congresso (Marcos Oliveira/Agência Senado)

AO

Agência O Globo

Publicado em 28 de setembro de 2020 às 15h45.

Última atualização em 28 de setembro de 2020 às 16h10.

O líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), confirmou pela manhã que a reforma tributária do governo prevê a criação de um imposto sobre transações com alíquota de 0,2%. Após o almoço, porém, líderes do Legislativo e do governo disseram que não chegaram a um acordo sobre a próxima fase da reforma.

"[Sobre a] reforma tributária, ainda não houve um acordo com os líderes sobre um texto possível e continuaremos trabalhando", disse o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) em evento no Palácio da Alvorada.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a proposta técnica já está pronta, mas ainda é preciso aguardar o timing político para avançar nas discussões.

Mais cedo, Gomes chegou a fazer cálculos sobre como o novo imposto deve incidir sobre operações. Em uma transação de 1 milhão de reais, o contribuinte passaria a pagar 2.000 reais.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o senador destacou que não haverá aumento de carga tributária porque o novo tributo não será discutido de forma “solta”, mas atrelado à desoneração da folha de salários de todos os setores da economia.

Hoje, as empresas pagam 20% de contribuição previdenciária sobre os salários dos empregados. A ideia é que essa contribuição seja menor. Com isso, os empregadores deixariam de recolher 100 bilhões de reais por ano.

Gomes assegurou também que a proposta apresentada nesta segunda-feira vai respeitar o teto de gastos, que limita o crescimento das despesas públicas.

Além da proposta de reforma tributária, também está sendo apresentado aos líderes do Congresso o Renda Cidadã, novo programa social que vai substituir o Bolsa Família, que o governo quer que seja mantido com recursos destinados a precatórios e do Fundeb.

"Se aprovada essa possibilidade de imposto, será apresentada no momento com a seguinte regra: não se pode aumentar carga tributária, a população não pode pagar mais impostos e precisa apresentar para a sociedade o que o governo do presidente Jair Bolsonaro vai fazer com relação à desoneração para retirar impostos de setores estratégicos, diminuindo a carga tributária e garantindo mais geração de emprego", disse Gomes.

Ao ser indagado sobre declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, contra a criação do imposto, Gomes disse acreditar na possibilidade de um acordo. Segundo ele, Maia é a favor das reformas do Estado:

"A forma como o presidente Rodrigo Maia dirige a Câmara dos Deputados, no sentido de amparar reformas de modernização do Estado, fará com que a gente tenha um acordo do bem para que a gente possa construir essas medidas todas que precisam ser tomadas, já que nós passamos seis meses numa economia de guerra por causa da pandemia do coronavírus.

Acompanhe tudo sobre:CPMFGoverno BolsonaroPaulo GuedesReforma tributária

Mais de Economia

Haddad: pacote de corte de gastos será divulgado após reunião de segunda com Lula

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês