Economia

Levy: Repatriação de recursos é como Imposto sobre Fortunas

Ministro da Fazenda disse que proposta do governo de repatriação de recursos legais mantidos no exterior funciona como um Imposto sobre Grandes Fortunas


	Joaquim Levy fala sobre ajuste fiscal no plenário da Câmara
 (Valter Campanato/Agência Brasil)

Joaquim Levy fala sobre ajuste fiscal no plenário da Câmara (Valter Campanato/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2015 às 19h51.

Brasília - A proposta do governo de repatriação de recursos legais mantidos no exterior funciona, na prática, como um Imposto sobre Grandes Fortunas, disse há pouco o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Ele participa de audiência pública no plenário da Câmara dos Deputados, transformado em Comissão Geral.

Segundo o ministro, o governo está procurando tributar as grandes fortunas onde elas estão: no exterior. Ele declarou que a proposta do governo para repatriar os recursos tem amplo apoio entre especialistas e tem, segundo ele, a vantagem de dar segurança para quem deseja entrar no programa, sem dar sinal contraditório para quem paga os tributos em dia.

“Estamos olhando para as grandes fortunas onde elas estão. A lei da regularização dos ativos no exterior tem apoio unânime dos maiores advogados do Brasil. Quando as pessoas entendem a natureza da proposta, que ela não será obrigada a trazer o dinheiro nem ficará com o patrimônio preso, acham a alíquota até pequena e a multa justa. Queremos cobrar o preço certo e, ao mesmo tempo, garantir o recebimento de recursos que serão investidos no Brasil”, declarou Levy.

O ministro reiterou que os recursos da repatriação financiarão os fundos regionais de desenvolvimento que compensarão os estados menos desenvolvidos pelo fim da guerra fiscal após a unificação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) interestadual, cobrado quando a mercadoria passa de um estado para outro.

“A lei vai financiar o investimento de infraestrutura no Norte e no Nordeste por vários anos. Pela primeira vez, as grandes fortunas lá fora contribuirão para o Brasil progredir”, destacou.

Para diminuir a sonegação, Levy pediu ainda a conclusão da reforma do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão que julga multas aplicadas pela Receita Federal a grandes contribuintes.

O ministro também defendeu a divulgação das maiores empresas inscritas na dívida ativa da União, de modo que a população saiba onde o governo precisa agir para obter recursos.

“Esse é um conselho que faz a empresa que quer sonegar pagar o imposto devido. Nos últimos tempos, nem sempre isso estava ocorrendo. Por isso que, com apoio da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] e as confederações do Comércio e da Indústria, reformulamos o Carf para trazer transparência à cobrança [de tributos]. Queremos que todo mundo pague impostos, sem que um ou outro fique rolando e adiando as obrigações no conselho administrativo”, acrescentou.

"Quem deve tem de pagar os impostos. Quem paga imposto em dia evita o aumento dos impostos", concluiu o ministro.

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