Economia

Levy diz que realinhar preços administrados é prioridade

Isso será importante, segundo Levy, para ampliar solidez do Tesouro e manter permanente reconhecimento internacional da qualidade e do valor da dívida pública

Joaquim Levy: "Em quatro anos, nossa economia se transformará" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Joaquim Levy: "Em quatro anos, nossa economia se transformará" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 16h38.

Brasília - Uma das prioridades da próxima equipe econômica, de acordo com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é o realinhamento entre preços relativos e administrados.

Isso será importante, de acordo com ele, para ampliar a solidez do Tesouro Nacional e manter o permanente reconhecimento internacional da qualidade e do valor da dívida pública.

"Temos que agir com energia aí", disse ele, considerando que as ações do governo muitas vezes balizam as escolhas do consumidor.

"Que não haja dúvida de que a Fazenda está preparada para apoiar o bom desenvolvimento da economia", afirmou.

De acordo com ele, não podem se enganar os agentes do governo que busquem guarida no "manto do Tesouro".

Essa é uma atitude que não se espera para o próximo governo, pois seria, segundo Levy, uma ilusão que apenas frustraria a economia, cujos fundamentos são saudáveis.

"Em quatro anos, nossa economia se transformará", prometeu, dizendo que apresentará medidas na área de oferta, com aumento da poupança.

Será importante também, segundo Levy, o aumento da confiança com vistas a preparar o terreno para o crescimento da economia e do emprego.

O novo ministro citou também Fábio Barbosa, que foi secretário do Tesouro, como um exemplo.

Confiança

Levy disse, ao fim de seu discurso, que mantém a confiança "neste momento".

"Nunca antes na nossa história em períodos democráticos tivemos maturidade para fazer correções antes que a crise se instalasse", considerou.

A economia brasileira, de acordo com ele, tem bons fundamentos e a nova equipe econômica está disposta a enfrentar medidas necessárias.

Ele prometeu trabalhar em busca de colocar o Brasil na rota do crescimento econômico e ter paciência para trilhar esse caminho depois que ele for encontrado.

"Os verdadeiros protagonistas das transformações são as pessoas comuns, que tomam decisões baseadas na nossa sinalizações e na fé de que o Brasil vai crescer."

Levy afirmou ainda em seu discurso que arrancar os traços do patrimonialismo, como no desafio colocado no discurso da diplomação da presidente Dilma, exigirá determinação, persistência e humildade para vencer os obstáculos.

"Mas, essa coragem para avançar, fazer as mudanças necessárias, abrirá inúmeras oportunidades para a nossa economia e para nossa população. Será a forma de mais rapidamente aumentarmos a produtividade do nosso trabalhador, permitindo que os ganhos dos salários obtidos até aqui se consolidem e que a inclusão social prossiga. Junto com o reequilíbrio fiscal, esse avanço será a chave, acredito, não mais contingente, do novo ciclo de crescimento que todos queremos", disse.

Levy disse também que a transparência e solidez das contas públicas, "a estabilidade regulatória, adaptativa, mas previsível", e o incentivo à concorrência, interna e internacional, são os ingredientes para ampliar o número dos que participam, em igualdade de oportunidades, na economia.

"São os ingredientes para podermos mobilizar a poupança doméstica e externa, de maneira a aumentar a nossa taxa de investimento e o número de postos de trabalho, abrindo caminho, também através da inovação, para ampliarmos nossa presença e vencermos no cenário mundial", disse.

Segundo ele, esses princípios guiarão todas as ações do Ministério da Fazenda nos próximos anos.

"Evidentemente, eles refletem uma grande confiança na iniciativa e dinamismo das empresas, brasileiras e estrangeiras, que disputam o nosso mercado e se aventuram a exportar nossos bens e serviços", afirmou.

Levy afirmou que a agricultura, o serviço e a indústria saberão reagir positivamente.

"Mais ainda, essas clareza e estabilidade, ao diminuírem os riscos e, portanto, os cuidados e defesas que empresas muitas vezes se veem compelidas a adotar, são poderosos instrumentos para diminuir prêmios e margens, estimulando a oferta e diminuindo o receio da concorrência, afastando o patrimonialismo e o que ele possa acenar como escape de segurança. Esses princípios também refletem a confiança na capacidade da nossa força de trabalho e nas famílias brasileiras, já que é bem sabido que apenas o trabalho pode gerar riqueza", continuou.

O ministro disse que esses compromissos se traduzirão não só no esforço de reequilibrar as contas públicas de forma duradoura, mas no diálogo com os agentes econômicos, grandes e pequenos, empreendedores e empregados, para acelerar a retomada da nossa economia e efetuar as necessárias reformas.

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