Economia

Levy deflagra operação para sinalização de mudança de meta

O ministro deu aval para que políticos da base aliada deflagrassem a articulação de mudança da meta de superávit primário das contas públicas


	Ministro da Fazenda Joaquim Levy: ele indicou a senadores que concorda com uma redução da meta dos atuais 1,1% para 0,6%
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ministro da Fazenda Joaquim Levy: ele indicou a senadores que concorda com uma redução da meta dos atuais 1,1% para 0,6% (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2015 às 22h39.

Brasília - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deu aval para que parlamentares da base aliada deflagrassem a articulação política de mudança da meta de superávit primário das contas públicas.

Ele indicou a senadores que concorda com uma redução da meta dos atuais 1,1% para 0,6%.

A expectativa é de que Levy já dê uma primeira sinalização do quadro desafiador para o cumprimento fiscal durante o lançamento amanhã (23) de livro sobre a qualidade do gasto público. Levy dará uma entrevista coletiva depois do lançamento.

Levy almoçou hoje com o senador Romero Jucá (PMDB-RR) para definir a estratégia de negociação com o Congresso Nacional.

Romero foi incumbido pelo líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), para ajudar na criação das condições políticas a fim de alterar a meta. Levy vai se encontrar nos próximos com o líder do governo do Senado, Delcídio Amaral (PT-MS).

A mudança da meta de 2015 terá que ser aprovada pelos parlamentares e o governo busca que esse processo seja o menos traumático possível diante do risco de rebaixamento da nota do Brasil pelas agências internacionais de classificação de risco. Levy tem procurado apoios, conforme revelou o Broadcast na semana passada, das agências para fazer a mudança.

A intenção dos parlamentares envolvidos na negociação é tentar mudar a meta o quanto antes, de preferência já em agosto para minimizar o custo político e economia da mudança. "A gente vai ajudá-lo", admitiu, reservadamente, um senador da base.

"O mercado aceita o superávit de 0,6%", disse outro senador. A avaliação é de que é melhor ter uma margem de manobra - com uma meta conservadora, mas com condições de cumpri-la - do que uma meta não factível.

Com mais um resultado negativo das contas do governo em maio, que será divulgado no final do mês, a equipe do ministro discute a melhor forma de comunicar a alteração da meta.

O Broadcast apurou que Levy e os secretários do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, e da Receita Federal, Jorge Rachid, preparam essa sinalização sobre a situação fiscal diante do quadro de queda da arrecadação de tributos por conta da atividade econômica. A estratégia do trio é mostrar as dificuldades impostas pelo cenário atual e o esforço de correção da política fiscal.

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