Economia

Leilões de concessões de infraestrutura ficam para 2016

Esse é o cronograma mais realista e já acatado pela cúpula da União


	Obras: muitos projetos ainda estão em fase de estudos técnicos e poucos foram concluídos
 (Divulgação/TCU)

Obras: muitos projetos ainda estão em fase de estudos técnicos e poucos foram concluídos (Divulgação/TCU)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2015 às 11h33.

Brasília - Os leilões do novo pacote de concessões de infraestrutura preparado pelo governo vão ficar para o ano que vem.

Apesar de toda a pressão do Ministério da Fazenda para usar os leilões este ano para melhorar a arrecadação da União, o cronograma mais realista e já acatado pela cúpula da União é de que as primeiras licitações ficarão para o primeiro semestre de 2016.

Por trás desse prazo está o caminho que ainda precisa ser trilhado por cada um desses projetos. Muitos ainda estão em fase de estudos técnicos e poucos foram concluídos.

Os mais adiantados, como é o caso das rodovias, ainda terão de passar por uma etapa preliminar de audiência pública, para coleta de sugestões e melhorias de seus editais.

Depois disso, esse material precisa ser submetido ao Tribunal de Contas da União (TCU), que não tem prazo específico para analisar e liberar as propostas.

Só depois de passar pela corte de contas é que o governo, finalmente, marcará a data de realização do leilões.

"A perspectiva é essa. Fica mesmo para o primeiro semestre do ano que vem", disse essa fonte.

O anúncio oficial do pacote deve ocorrer entre o fim de maio e início de junho. Os primeiros leilões devem começar com aeroportos e rodovias.

O modelo usado nos leilões dos aeroportos continuará a ser o de outorga onerosa - ganha o direito de explorar comercialmente o empreendimento quem oferece o maior lance.

O Ministério da Fazenda, principal defensor da outorga, queria que o governo adotasse essa mesma estratégia para as novas concessões de rodovias, o que significaria mais caixa nos cofres públicos.

O assunto tem sido analisado internamente, mas a avaliação geral é de que não há nenhuma possibilidade de ir adiante.

Segundo uma fonte ligada à cúpula dos Transportes, está definido que, no caso das estradas, será mantido o modelo já testado nas recentes concessões federais, no qual o governo repassa a rodovia para a empresa que oferece a menor tarifa de pedágio, modelo que beneficia o usuário.

No momento, técnicos trabalham em estudos para tentar reduzir o preço teto do pedágio previsto para as quatro concessões avaliadas, por conta do alto preço que esses empreendimentos têm indicado. Nas ferrovias, a maior aposta do governo é a entrada dos chineses.

Depois de entrarem pesado no setor elétrico, os chineses estão de olho no projeto da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico).

Conhecida como a Ferrovia da Soja, o obra prevê um traçado de aproximadamente 1 mil km, cortando todo o Estado de Mato Grosso, até se ligar à Ferrovia Norte-Sul, em Goiás. Trata-se de uma obra a ser construída do zero e que até hoje só teve estudos preliminares realizados.

Paralelamente, os chineses analisam a possibilidade de assumir os 1,5 mil quilômetros da Ferrovia Norte-Sul. Nesse caso, trata-se de um projeto que já possui mais de 800 quilômetros construídos.

Nos demais 700 quilômetros, as obras tocadas pela Valec já avançaram 85% e estão previstas para serem entregues até junho do ano que vem.

Conforme adiantou o Estado, o governo desistiu de oferecer a Norte-Sul em modelo aberto para diversos operadores de ferrovia.

Previsto para alcançar uma cifra próxima de R$ 150 bilhões, o novo pacote de concessões inclui a oferta de terminais portuários em Santos (SP) e no Pará, além dos aeroportos de Salvador, Porto Alegre, Santa Catarina e, possivelmente, Fortaleza. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:ConcessõesInfraestruturaPrivatização

Mais de Economia

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta