Economia

Leilão de energia A-5 deve ter maior preço-teto por térmicas

EPE pretende garantir a contratação de 7.500 megawatts de novas térmicas até 2023 no leilão de setembro


	Cabos de transmissão de energia: leilão A-5 está marcado para 12 de setembro
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Cabos de transmissão de energia: leilão A-5 está marcado para 12 de setembro (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2014 às 17h05.

São Paulo - A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) pretende definir um preço-teto de energia no leilão A-5, marcado para 12 de setembro, suficientemente alto para atrair a participação de usinas térmicas na competição, disse o presidente da entidade, Maurício Tolmasquim, nesta sexta-feira.

Ao estabelecer preços mais atrativos para as térmicas, o governo quer evitar que a proporção de térmicas na matriz elétrica brasileira caia, já que o objetivo é garantir a contratação de 7.500 megawatts de novas térmicas até 2023.

"O leilão A-5 é um leilão que a gente pretende dar um preço para térmica bem mais atrativo do que foi dado até hoje para tentar justamente ver se há uma contratação de térmicas", disse Tolmasquim em coletiva de imprensa após o leilão A-3 desta sexta-feira.

No leilão, vende energia quem oferecer os preços mais baixos em relação aos preços-teto estabelecidos pelo governo federal. O leilão A-5 contratará energia para ser entregue a partir de 2019.

No leilão A-5, haverá um produto separado para competição entre térmicas a biomassa, térmicas a gás natural, incluindo gás natural liquefeito (GNL), e a carvão. O presidente da EPE disse ainda que as térmicas a biomassa terão boas chances de se viabilizarem no A-5 por serem as mais competitivas. "O preço-teto vai ser definido pela térmica a carvão ou a gás...bem mais caro que a térmica a biomassa. Então, no próximo leilão A-5, eu diria que vai ser um momento muito bom pra biomassa porque, a rigor, o preço dela é mais barata", disse ele.

Cerca de 20 gigawatts de térmicas a gás se cadastraram para participar do leilão A-5, sendo a maioria de gás natural liquefeito (GNL). Tolmasquim acrescentou que alguns dos investidores estudam construir terminais próprios de regaseificação de GNL importado para abastecer as térmicas, enquanto outros negociam com a Petrobras o aluguel de terminais de regaseificação.

"Muitos agentes têm possibilidade de fazer contratos de GNL lá fora (no exterior). Tem agente que está pensando em fazer sua própria estação de regaseificação de gás", disse. O diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE, José Carlos de Miranda Farias, acrescentou que as empresas interessadas na construção de terminais de regaseificação estudam as regiões Sul e Nordeste. (Por Anna Flávia Rochas)

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