Economia

Leilão de energia A-4 contrata R$ 4,3 bi em novas usinas

Segundo a CCEE, houve um deságio de 54,65 por cento em relação aos preços-teto estabelecidos para a concorrência

Leilões de energia: usinas que venceram a disputa terão até janeiro de 2021 para iniciar a operação (Paulo Santos/Reuters)

Leilões de energia: usinas que venceram a disputa terão até janeiro de 2021 para iniciar a operação (Paulo Santos/Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de dezembro de 2017 às 14h45.

São Paulo - O leilão de energia A-4 realizado pelo governo federal nesta segunda-feira fechou a contratação de 674,5 megawatts em novas usinas de geração, com predomínio dos empreendimentos solares, informou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável pela operacionalização da concorrência.

Houve um deságio de 54,65 por cento em relação aos preços-teto estabelecidos para a concorrência, segundo a CCEE, o que representará uma economia de 6,8 bilhões de reais para os consumidores de eletricidade ao longo da duração dos contratos.

A queda nos valores é atribuída principalmente à forte concorrência entre os investidores para viabilizar seus projetos em um cenário de baixa demanda, diante da atual situação econômica do país.

"O preço a gente imaginou que fosse desabar, e realmente desabou para as eólicas e solares", disse à Reuters a diretora da consultoria Thymos Energia, Thais Prandini.

Dessa forma, a quantidade de usinas contratadas foi baixa perto da média histórica nessas licitações.

As usinas que venceram a disputa terão até janeiro de 2021 para iniciar a operação, e, segundo a consultora, deverá haver uma demanda maior em um segundo leilão agendado para quarta-feira, o chamado "A-6", que contratará empreendimentos para geração a partir de 2023.

"O governo priorizou a contratação de usinas solares. Sem dúvida no próximo leilão as eólicas vão ter maior espaço e o leilão vai ser maior. A contratação foi baixa, mas por causa da demanda das distribuidoras", afirmou.

Mostrando-se mais competitivas diante dos preços estipulados pelo governo para fornecimento em quatro anos, as usinas solares fotovoltaicas responderam por 574 megawatts em potência (ou 790,6 megawatts-pico), quase 85 por cento do total contratado.

Em seguida, vieram as usinas eólicas, com 64 megawatts, plantas à biomassa, com 25 megawatts, e pequenas hidrelétricas, com 11,5 megawatts.

O preço médio do leilão foi de 144,51 reais por megawatt-hora, e entre as empresas vencedoras aparecem a AES Tietê, da norte-americana AES, e a Enel Green Power, do grupo italiano Enel, que viabilizaram empreendimentos solares, além da francesa Voltalia, a única a vencer com usinas eólicas.

Os empreendimentos contratados deverão demandar investimentos de cerca de 4,3 bilhões de reais, segundo a CCEE, dos quais 3,85 bilhões em usinas solares e cerca de 357 milhões de reais em eólicas.

Resultados

O preço médio final do leilão para as usinas eólicas foi de 108 reais por megawatt-hora, contra um teto de 276 reais estabelecido para a disputa (deságio de 61 por cento), enquanto as solares registraram preço médio de 145,68 reais por megawatt-hora, ante preço inicial de 329 reais (deságio de 55,7 por cento).

Os empreendimentos contratados no leilão serão construídos no Piauí (8 usinas), Pernambuco (5 usinas), Bahia (4 usinas), São Paulo (3 usinas), Rio Grande do Norte (2 usinas) e Mato Grosso, Espírito Santo e Goiás (1 usina), segundo a CCEE.

Entre as distribuidoras de energia, que participam no certame como compradoras para atender à demanda de seus clientes, estiveram presentes a CEA, do Amapá, e empresas da Eletrobras responsáveis pelo fornecimento no Alagoas e no Piauí.

Também foram compradoras no leilão a Coelba e a Elektro, da Neoenergia, a Copel-D, da paranaense Copel, e a EDP Espírito Santo, da EDP Energias do Brasil.

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