Economia

Lava Jato fará PIB crescer mais 1 p.p. por ano, diz Delfim

Ex-ministro diz que Operação Lava Jato traz a semente de um crescimento melhor e deve aumentar o potencial da economia já no espaço de 5 anos


	Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda e deputado federal
 (Wikimedia Commons/EXAME.com)

Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda e deputado federal (Wikimedia Commons/EXAME.com)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 23 de fevereiro de 2016 às 12h01.

São Paulo - Para Delfim Netto, a Operação Lava Jato é inconveniente no curto prazo mas vai aumentar o potencial de crescimento do país.

"A Lava Lato é um ponto de inflexão na história do Brasil. Pode ter causado uma perturbação aqui e ali, mas daqui 5 anos o Brasil vai ter condições de crescer 1 a mais por centro por ano por causa dela"..

A declaração foi dada em resposta a uma pergunta da plateia durante o evento "Rumos da Economia", promovido pela RedeTV! na manhã desta terça-feira no hotel Renaissance em São Paulo.

"[A Lava Jato] é um momento inconveniente, de dificuldades, mas tem em si a semente do crescimento melhor", disse o ex-ministro da Fazenda, de 87 anos.

É algo parecido com o que disse recentemente Dani Rodrik, professor de economia política na Universidade de Harvard e um dos economistas mais influentes do mundo, em um debate no Mercatus Center.

"Quando você olha para o que está acontecendo, por um lado é chocante que haja uma corrupção tão generalizada na Petrobras e que parece ter chegado até lá em cima. Por outro lado, quando você olha como eles lidaram com a situação, é incrivelmente impressionante. É algo que mesmo em um país avançado você não imaginaria acontecer: todos esses promotores e juízes de fato seguindo o Estado de Direito".

Rodrik disse que isso mostra a formação de um senso real de responsabilização e que o Brasil era o país mais subestimado pelos investidores atualmente:

"Eu apostaria no longo prazo no Brasil (...) Pelo menos vocês estão lidando com essas coisas. Estão tentando superá-las. Talvez não seja 5 anos... talvez vocês descubrem outras coisas acontecendo. Mas minha recomendação é que vocês se orgulhem de ter um sistema que está de fato tentando limpar as coisas. Isso é realmente raro. Não está acontecendo na Turquia. Não está acontecendo na Tailândia. Não está acontecendo na maior parte dos países em desenvolvimento que eu conheço. Neste sentido, o Brasil é exemplar".

A Operação Lava Jato começou ontem sua 23a fase, a Operação Acaraje, com foco no marqueteiro João Santana, que voltou hoje da República Dominicana e foi levado para Curitiba onde ficará preso pela Polícia Federal.

Santana trabalhou nas duas campanhas da presidente Dilma Rousseff e na reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e está sob suspeita de ter recebido pagamentos milionários ilegais no exterior provenientes do esquema de corrupção na Petrobras por serviços prestados para campanhas eleitorais do PT no Brasil.

Acompanhe tudo sobre:Crescimento econômicoDelfim NettoDesenvolvimento econômicoEconomistasOperação Lava Jato

Mais de Economia

Pacheco afirma que corte de gastos será discutido logo após Reforma Tributária

Haddad: reação do governo aos comentários do CEO global do Carrefour é “justificada”

Contas externas têm saldo negativo de US$ 5,88 bilhões em outubro

Mais energia nuclear para garantir a transição energética