Jorge Gerdau: escândalo "indiscutivelmente" vai atingir processo político (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2014 às 12h40.
Brasília - O empresário e presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade, Jorge Gerdau, afirmou que a Operação Lava Jato pode afetar investimentos e o crescimento. Gerdau disse ainda que a Petrobras tem que recriar as condições para exercer seus grandes desafios de investimento.
"O problema é o seguinte: as coisas todas têm de andar bem. Você não pode ter problemas importantes que nem estamos tendo, que afetem em menor ou maior escala o Congresso. Para ter plena eficiência, você tem que trabalhar procurando não ter problemas e nós, no momento, temos problema que tem que ser vencido", disse.
Questionado sobre o período em que integrou o conselho da Petrobras, Gerdau disse que "os processos aconteceram a um nível executivo" e, perguntado se há problema de governança na estatal, respondeu: "o tema de governança na Petrobras é muito complexo".
Ainda sobre as investigações, Gerdau disse que "indiscutivelmente" esse é tema que vai atingir processo político. "O Brasil precisa fazer avanços políticos importantes, como esse no campo de eficiência e competitividade, para retorno do crescimento. Então, a complexidade do processo político passa pelo Congresso e atinge o País todo", disse. "O setor público e o privado se compõem. Os dois andam conectados".
Gerdau defendeu que Brasil tem espaço "fantástico" de investimento e que a infraestrutura deve ser peça-chave no crescimento econômico. "O investimento é uma consequência da perspectiva do cenário de crescimento", disse.
Minério de ferro
Gerdau disse que a atividade da indústria de minério de ferro é "como as outras". "Passamos muitos anos em situação excepcional de crescimento e hoje, diante de cenário da crise, o minério está se ajustando a essa realidade", disse.
Questionado sobre se há espaço para reajuste de preços no setor, Gerdau disse que "por enquanto não". "O reequilíbrio do mercado é um tema complexo. Eu acho que não há condições de fixar prazos. O que tem que fazer é ajustar as realidades do momento".
Para o próximo ano, segundo ele, se houver mudanças, serão pequenas. "Estamos vivendo momento de realocação de preços de commodities e aí o minério entra junto".
Meta fiscal
O empresário e presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade, Jorge Gerdau, defendeu que o governo pode, por um ano, flexibilizar a meta fiscal, mas que esse não deve ser um padrão, sob o risco de afetar a confiança dos investidores.
"Dentro de uma visão clássica econômica, acho que você pode fazer isso acontecer um ano, mas não pode ser um modo de trabalhar. Se você olhar o cenário mundial, você tem riscos desse tipo de problema", disse.
"O mercado financeiro tem muitas opções no mundo e ele vai se alocar onde risco e rentabilidade se aloquem da melhor forma. No Brasil, não é diferente. Se precisar do investimento, só vai conseguir se houver indicadores financeiros que obedeçam padrões clássicos", afirmou.
Gerdau defendeu que é preciso trilhar um caminho que dê confiança aos empresários e investidores.
Questionado sobre o ajuste fiscal que o governo fala em fazer, Gerdau disse que é necessário aumentar a eficiência em todas as frentes de gestão.
"Você sempre tem melhorias significativas a fazer. Em todas as frentes, é preciso trabalhar para tornar o Brasil um País competitivo", disse.