Economia

Lagarde pede aumento dos fundos de resgate europeus

Diretora do FMI acredita que aumento é necessário para garantir que Itália e Espanha não corram risco de uma crise de liquidez

Christine Lagarde defendeu o aumento do fundo europeu (Evaristo Sa/AFP)

Christine Lagarde defendeu o aumento do fundo europeu (Evaristo Sa/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2012 às 14h30.

Berlim - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, defendeu nesta segunda-feira um aumento nos fundos de resgate europeus para que países como Espanha e Itália não enfrentem uma crise de liquidez.

Em uma conferência em Berlim na Sociedade Alemã de Política Externa, Christine assegurou que fundos maiores são imprescindíveis para a União Europeia (UE) evitar que mais economias da zona do euro sejam contaminadas pelo problema do endividamento.

'Itália e Espanha, países que são capazes de pagar sua dívida, poderiam sofrer um problema de falta de liquidez por culpa de uma situação anormal nos mercados', afirmou.

A diretora explicou que a medida seria eficaz se os fundos fossem aumentados de forma razoável e operacional, e frisou que não é preciso dobrá-los.

Christina disse que os recursos não utilizados do temporário Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) poderiam ser transferidos ao permanente Mecanismo Europeu de Estabilização (MEDE), que começará a funcionar em meados de 2012.

A chanceler alemã, Angela Merkel, é a principal oposicionista dessa proposta, mas nesta segunda-feira a líder concordou em acelerar e aumentar as contribuições alemães ao MEDE.

A funcionária do FMI argumentou que o Banco Central Europeu (BCE) deve desempenhar um papel essencial no aumento da liquidez na zona do euro, para frear o 'círculo vicioso' de bancos prejudicando as finanças estatais, e destas lastrando as contas das instituições financeiras.

Além disso, Christine afirmou que a UE deve promover o crescimento e aprofundar a integração fiscal para resolver a crise do continente. A diretora explicou que a tendência de baixa da inflação pode atuar de forma mais determinante na política monetária.

Neste sentido, é importante que o fluxo creditício circule e por isso pediu que os países com margem de manobra fiscal 'reconsiderem' o 'princípio generalizado' de reduzir a dívida.

Em relação ao terceiro pilar da recuperação, a integração financeira, Christine enfatizou que não é possível uma União Econômica e Monetária (UEM) com uma única política monetária e '17 políticas fiscais'.

Além disso, sugeriu que o anúncio por parte da UE de uma futura implementação de eurobônus já seria uma séria mensagem aos mercados. 

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