A presidente argentina, Cristina Kirchner: presidente ofereceu troca a credores com dívida não reestruturada (AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2014 às 17h03.
Caracas - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ofereceu nesta terça-feira aos detentores de bônus argentinos em moratória desde 2001 a renegociação e troca da dívida como já fez com os outros 92,4% dos credores.
"Hoje está aberta novamente a troca para oferecer a esses 7,6% que não ingressaram nas trocas anteriores que renegociem. Se esses 7,6% aceitassem a troca hoje teriam uma taxa de retorno de quase 300%, em dólares", disse Cristina durante a Cúpula do Mercosul, que acontece em Caracas.
"Não estamos nem negando, nem pedindo que ninguém nos presenteie nada, simplesmente queremos terminar definitivamente com isto, que não foi culpa nossa não terem renegociado a troca, porque houve rodadas e negociações em 2002 e 2003 praticamente por todo o mundo", assegurou.
Amanhã é o último dia para que os credores de dívida argentina reestruturada nas trocas de 2005 e 2010 cobrem um dos pagamentos previstos, atrasado devido a uma decisão do juiz nova-iorquino Thomas Griesa em favor dos fundos de investimento que possuem bônus não reestruturados.
Griesa estabeleceu que a Argentina só poderá saldar sua dívida com os credores da dívida submissa às trocas se pagar também, ao mesmo tempo, a dívida com os fundos especulativos
O magistrado negou a medida cautelar pedida pela Argentina para poder pagar os primeiros independentemente do que for decidido sobre as outras disputas, e recomendou aos bancos que congelem o dinheiro enviado pela Argentina para fazer esses pagamentos.
Se estes credores não receberem os pagamentos em 30 de julho, a Argentina cairá em uma moratória técnica, o que não é reconhecido pelo governo argentino.
"A Argentina reafirma sua decisão e suas ações que estarão encaminhadas a pagar 100% de seus credores, mas de forma justa, equitativa, legal e sustentável", afirmou Cristina.
A chefe do Executivo argentino afirmou que essa manobra procura "assustá-los", como uma ameaça que insinua que "vão chegar as dez pragas do Egito".
"Já vivemos as dez pragas do Egito em 2001 quando outro governo fez exatamente o que ditavam de fora", disse, em referência à moratória declarada pela Argentina, por uma dívida de US$ 120 bilhões.