Economia

Kajuru diz que Guedes se arrependeu de responder a parlamentares na CCJ

Comissão na Câmara terminou em bate-boca e xingamentos entre deputados e ministro

Paulo Guedes: ministro participou de comissão para discutir Previdência na Câmara (José Cruz/Agência Brasil)

Paulo Guedes: ministro participou de comissão para discutir Previdência na Câmara (José Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de abril de 2019 às 15h12.

Última atualização em 4 de abril de 2019 às 15h20.

Por Lorenna Rodrigues

Brasília - Após se reunir na manhã desta quinta-feira, 4, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) disse que o ministro está arrependido por ter respondido a parlamentares da oposição na tumultuada audiência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) de quarta-feira, que terminou com trocas de ofensas e empurra-empurra.

A reunião com o senador goiano foi o primeiro - e único - compromisso da agenda pública de Guedes nesta quinta-feira.

Segundo Kajuru, Guedes disse que foi para o encontro sabendo que seria ofendido e que mudará a postura nas próximas audiências. "Ele disse que errou e que não devia ter respondido e que, a partir de agora, não vai mais fazer isso. Disse que já estava preparado para as ofensas, só não imaginava o nível", afirmou o senador ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Reforma

Após a polêmica, o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, afirmou, em almoço com representantes da Fiesp, em São Paulo, que a pauta da Previdência está absorvida pela sociedade e, por isso, está "acima da acomodação política". Ele disse ainda saber que a equipe econômica é avaliada pelo mercado, mas ponderou que os analistas devem considerar que o Congresso Nacional tem uma nova composição, "com práticas diferentes".

"O mercado é muito nervoso, vê muito a superfície. Tem gente que faz análise de conjuntura e política: é um Congresso novo com práticas diferentes, é importante ressaltar isso porque há uma curva de aprendizado, tem que ver como era e como vai ficar agora", disse no evento, organizado em parceria entre a Fiesp e o Centro de Liderança Pública.

Ele disse ainda que há um ambiente favorável no Congresso, à medida que foi convidado por 10 partidos e deve se encontrar ainda com outros cinco nos próximos 15 dias. E ponderou que o texto da forma como o governo apresentou "necessariamente não será aprovado", mas disse acreditar que "boa parte será preservada". "Eu defenderei o texto", disse.

Goiás

Kajuru solicitou a reunião para discutir a situação do Estado de Goiás, que está em calamidade financeira. De acordo com o Senador, Guedes disse que, em 30 dias, lançará o plano de ajuda aos Estados, que prevê aval para crédito em troca de medidas de ajustes fiscais. "Ele disse que Goiás será o primeiro Estado a ser socorrido", afirmou.

Guedes também adiantou que em 60 dias pretende lançar um plano para o setor energético - que chama de "choque de energia barata" - e, em 90 dias, plano para acabar com o monopólio da Petrobras na área de gás.

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