Economia

Juros têm queda após decepção com o PIB do 1º trimestre

A alta da Selic que deve ser anunciada entre 0,25 ponto porcentual e 0,50 ponto porcentual


	No meio da tarde, O Tesouro Nacional informou que as contas do Governo Central apresentaram em abril um superávit primário de R$ 7,210 bilhões
 (Marcos Santos/USP Imagens)

No meio da tarde, O Tesouro Nacional informou que as contas do Governo Central apresentaram em abril um superávit primário de R$ 7,210 bilhões (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2013 às 18h56.

São Paulo - Diante de um PIB abaixo do consenso do mercado, as taxas futuras de juros terminaram o dia em queda e passaram a indicar divisão de apostas quanto à intensidade da alta da Selic que deve ser anunciada no começo da noite pelo Comitê de Política Monetária (Copom) - entre 0,25 ponto porcentual e 0,50 ponto porcentual.

Por mais que muitos economistas argumentem que a decisão do BC não deve ter mudança devido apenas ao comportamento da atividade, os investidores avaliaram que a fraqueza da economia pode fazer a autoridade monetária ser mais cautelosa. Até então, os agentes apostavam de forma majoritária na elevação de 0,50 ponto da Selic. Hoje, as apostas estavam bastante divididas.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (com expressivos 2.400.790 contratos) marcava 7,557%, de 7,57% no ajuste anterior. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (698.105 contratos) apontava 8,06%, ante 8,13% ontem.

O juro com vencimento em janeiro de 2015 (565.970 contratos) indicava 8,52%, ante 8,61% na véspera. Entre os longos, o contrato com vencimento em janeiro de 2017 (216.055 contratos) marcava 9,38%, ante 9,48% ontem, e o DI para janeiro de 2021 (12.400 contratos) estava em 10,09%, ante 10,22% no ajuste anterior.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior, resultado abaixo da mediana das projeções do mercado (0,90%) e dentro das estimavas dos analistas, que iam de alta de 0,55% a 1,20%.

Ante igual trimestre de 2012, o crescimento foi de 1,9%, também abaixo da mediana projetada, de 2,30%.

Tais números já provocaram revisões para o crescimento da economia em 2013. O Besi Brasil também cortou sua projeção para o crescimento brasileiro neste ano, de 3% para 2,3%. O JPMorgan reduziu sua estimativa para o PIB de 3% para 2,5% e argumentou que esse número fraco do primeiro trimestre aumenta a barreira para o Copom acelerar o ritmo de aperto monetário.


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o PIB de 2013 será maior do que o de 2013, mas admitiu que "certamente" o governo vai rever para baixo a projeção de alta de 3,5% do PIB em 2013. Essa é a proposta que consta no Orçamento de 2013.

Para o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, o resultado do PIB confirma um crescimento com mais qualidade da economia brasileira, puxado pelos investimentos.

Os outros indicadores do dia foram relegados ao segundo plano, mas trouxeram informações importantes. O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) permaneceu estável em maio na comparação com a alta de 0,15% registrada em abril, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

No meio da tarde, O Tesouro Nacional informou que as contas do Governo Central apresentaram em abril um superávit primário de R$ 7,210 bilhões.

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