Fed: presidente regional do Fed alertou que proporcionar "estímulos demais a partir da política monetária ou tributária" nesta etapa do ciclo econômico pode ocasionar a criação de uma economia de "auge e queda" (Chip Somodevilla/Getty Images)
EFE
Publicado em 9 de março de 2018 às 17h47.
Washington - O presidente do Federal Reserve (Fed) em Boston, Eric Rosengren, sugeriu nesta sexta-feira que a entidade pode elevar mais rápido que o esperado as taxas de juros nos Estados Unidos, situadas agora entre 1,25% e 1,5%.
Rosengren, que tem voz, mas não voto nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) deste ano, afirmou em discurso na cidade de Springfield (Massachusetts) que a recente volatilidade do mercado financeiro mostra que os investidores aceitam essa possível alta de juros mais precoce, segundo "The Wall Street Journal".
"Para manter a economia em um caminho sustentável, considero apropriado eliminar a acomodação da política monetária para um ritmo regular, mas gradual, e talvez um pouco mais rápido que os três incrementos de 0,25% previstos para este ano", opinou Rosengren.
No final de fevereiro, o novo presidente do Fed, Jerome Powell, abriu as portas para quatro altas nos juros de referência ao longo de 2018. Anteriormente, havia sido decidido que três ajustes seriam realizados neste período.
A solidez da economia americana, respaldada hoje pelos bons dados de criação de emprego no país em fevereiro e pelo estímulo tributário do presidente Donald Trump, desenha um ajuste monetário "gradual" por parte do banco central.
"Os dados econômicos foram bastante bons, a política monetária continua sendo flexível e a política tributária tem se tornado bem mais estimulante", afirmou Rosengren em discurso.
O presidente regional do Fed em Boston alertou que proporcionar "estímulos demais a partir da política monetária ou tributária" nesta etapa do ciclo econômico pode ocasionar a criação de uma economia de "auge e queda".
Nos dias 20 e 21 de março, Powell presidirá pela primeira vez uma reunião monetária do Fed, depois de substituir no cargo Janet Yellen, que se despediu da entidade sem modificar as taxas de juros em dezembro do ano passado.