Economia

Juros nos EUA podem subir em setembro, diz Fed

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deixou em aberto, nesta sexta-feira, a possibilidade de um aumento da taxa de juros em setembro


	Alguns dos principais membros do Fed disseram que a recente volatilidade nos mercados globais pode abrir caminho para o primeiro aumento nos juros nos EUA
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Alguns dos principais membros do Fed disseram que a recente volatilidade nos mercados globais pode abrir caminho para o primeiro aumento nos juros nos EUA (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2015 às 20h02.

São Paulo - O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deixou em aberto, nesta sexta-feira, a possibilidade de um aumento da taxa de juros em setembro, mesmo que várias autoridades do banco central dos EUA tenham reconhecido que as turbulências nos mercados financeiros internacionais, se prolongadas, podem adiar o aperto da política monetária.

Alguns dos principais membros do Fed, incluindo o vice-chair, Stanley Fischer, disseram que a recente volatilidade nos mercados globais pode ceder rapidamente e abrir caminho, provavelmente, para o primeiro aumento nos juros da economia dos EUA em quase uma década.

Com uma reunião chave sobre política monetária marcada para 16 e 17 de setembro, ao menos cinco membros do Fed falaram publicamente sobre se uma elevação da taxa de juros traria riscos excessivos, em meio a uma desaceleração na China, o dólar se fortalecendo e os preços das commodities caindo. "É cedo para dizer", disse Fischer à CNBC nos bastidores da conferência anual do banco central em Jackson Hole, no Wyoming. "Ainda estamos observando como tudo se desenrola".

Ele, como outras autoridades do Fed, reconheceu que o movimento global de venda de ativos financeiros, iniciado na semana passada, iria influenciar a decisão sobre o momento do aumento dos juros, que há apenas poucas semanas parecia muito provável de acontecer em setembro. As preocupações com a economia chinesa têm tumultuado os mercados, incluindo Wall Street, mesmo com a divulgação de dados robustos sobre a economia dos EUA.

Os índices acionários norte-americanos fecharam o dia praticamente estáveis, encerrando uma semana que incluiu ao mesmo tempo o pior dia do mercado em quatro anos e o maior ganho em apenas dois dias desde a crise financeira de 2007 a 2009.  "Acho que (os mercados) podem se assentar consideravelmente rápido", disse Fischer, um aliado próximo da chair do Fed, Janet Yellen. O presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard, disse à Reuters ainda ser favorável a um aumento dos juros no próximo mês, embora tenha acrescentado que seus colegas estariam relutantes em adotar a medida se os mercados globais continuarem voláteis até meados de setembro.

O comitê de política monetária do Fed "não gosta de se movimentar no meio de uma tempestade financeira mundial", disse Bullard, em uma entrevista. "Então, uma das vantagens que temos é que essa tempestade esteja ocorrendo agora e, ao menos agora, achamos que vai se assentar" antes da reunião de setembro. Os comentários sugerem que as próximas duas semanas e meia serão críticas tanto para o Fed como para os mercados globais.

A expectativa é de que um aumento nos juros dos EUA atinja de modo especialmente duro os preços de ativos nos mercados emergentes, agravando a fuga já observada de capitais.

A economia norte-americana, no entanto, continua a apresentar bons resultados, apesar de preocupações a longo prazo com o nível baixo da inflação.

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