Economia

Juros fecham em alta pressionados por mau humor externo

A preocupação com o andamento da reforma da Previdência no Congresso também foi um fator para o resultado

Juros: a taxa do DI janeiro de 2019 (201.375 contratos) subiu de 9,31% para 9,35%. E o DI janeiro de 2021 (200.490 contratos) terminou com taxa de 10,01%, de 9,96% (Thinkstock)

Juros: a taxa do DI janeiro de 2019 (201.375 contratos) subiu de 9,31% para 9,35%. E o DI janeiro de 2021 (200.490 contratos) terminou com taxa de 10,01%, de 9,96% (Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de maio de 2017 às 17h58.

São Paulo - Os juros futuros mantiveram-se em trajetória de alta até o final da sessão regular, pressionados pelo mau humor no cenário externo e por preocupações com o andamento da reforma da Previdência no Congresso, apesar da aprovação, ontem, do texto principal na comissão especial da Câmara.

O leilão de papéis prefixados do Tesouro foi outro componente a estimular a recomposição de prêmios.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (257.635 contratos) fechou em 9,440%, de 9,410% no ajuste de ontem.

A taxa do DI janeiro de 2019 (201.375 contratos) subiu de 9,31% para 9,35%. E o DI janeiro de 2021 (200.490 contratos) terminou com taxa de 10,01%, de 9,96%.

"Não houve muita diferença em relação ao que vimos pela manhã, com ingredientes externos, mas também domésticos influenciando", afirmou na tarde desta quinta-feira, 4, o economista-sênior do Banco Haitong, Flávio Serrano, destacando que lá fora é forte o movimento do dólar contra as demais moedas, os juros dos Treasuries estão em alta e as commodities, em queda, num quadro ruim para ativos de países emergentes.

O swap de default de crédito (CDS, na sigla em inglês) do Brasil, que ontem fechou no menor nível em mais de dois anos (209,47 pontos), às 16h15, estava em 216,23 pontos, com alta de 2,8%.

O dólar à vista subia 0,84%, aos R$ 3,1850. O barril de petróleo WTI negociado na Nymex, com vencimento em junho, fechou com queda de 4,80%, a US$ 45,52 - menor patamar desde 29 de novembro.

O cenário externo adverso hoje se somou ao desconforto com a situação da reforma da Previdência, que já vinha impulsionando as taxas desde ontem.

O mercado vê com preocupação o fato de o governo ter atrelado a votação da reforma no plenário da Câmara à votação, no Senado, da reforma trabalhista.

Esse receio ganhou força depois da aprovação, ontem, pelo plenário do Senado, de requerimento que estende as discussões da reforma Trabalhista para a Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ).

Com isso, o debate em torno da proposta na Casa deve ser prorrogado por até 30 dias porque a proposta terá que passar por um total de três Comissões: Assuntos Econômicos; Constituição e Justiça e Assuntos Sociais.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta tarde que o projeto de reforma da Previdência não pode ser "fundamentalmente alterado" daqui para frente.

Até agora, apesar das concessões, o texto mantém "parte relevante" das medidas propostas originalmente pelo governo, ressaltou ele após fazer palestra em evento do Banco Mundial em São Paulo.

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