Economia

Juros curtos sobem e indicam Selic maior nesta semana

O mercado acumula seis sessões de elevação e, neste pregão, veio acompanhado de uma série de revisões de algumas instituições financeiras


	"Após as declarações de Mantega e Tombini, a maior parte do mercado ficou convicta de que o juro subirá. A divisão se dá apenas sobre a intensidade", afirmou operador
 (Antonio Cruz/ABr)

"Após as declarações de Mantega e Tombini, a maior parte do mercado ficou convicta de que o juro subirá. A divisão se dá apenas sobre a intensidade", afirmou operador (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2013 às 17h15.

São Paulo - As taxas futuras de juros deram prosseguimento, nesta segunda-feira, 15, ao movimento firme de alta verificado desde o fim da semana passada, ampliando as apostas em uma elevação de 0,5 ponto porcentual da Selic no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) que começa amanhã e termina na quarta-feira.

O mercado acumula seis sessões de elevação e, neste pregão, veio acompanhado de uma série de revisões de algumas instituições financeiras, que anteciparam suas estimativas para o início de aumento da Selic.

Tudo isso ocorreu em maior intensidade após declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na sexta-feira, 12. No fim do pregão, as taxas longas desaceleraram a alta, em linha com a piora externa.

Ao término da negociação normal na BM&F, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (872.210 contratos) marcava 7,60%, de 7,52% no ajuste anterior. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (506.465 contratos) apontava 8,21%, de 8,17% na sexta-feira. O juro com vencimento em janeiro de 2015 (416.855 contratos) indicava 8,70%, de 8,67%. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (152.400 contratos) marcava 9,27%, ante 9,26%, e o DI para janeiro de 2021 (15.730 contratos) estava em 9,71%, ante 9,73% no ajuste.

De acordo com um operador, os investidores apenas continuaram com os ajustes da semana passada. "Após as declarações de Mantega e Tombini, a maior parte do mercado ficou convicta de que o juro subirá. A divisão se dá apenas sobre a intensidade", afirmou a fonte. A curva a termo indica cerca de 40 pontos de alta da Selic em abril e de 45 pontos em maio.

Mantega afirmou que "o governo tem dado atenção ao combate da inflação" e que medidas serão tomadas, "mesmo que não populares, como o ajuste na taxa de juros". Em seguida, Tombini disse que "não há nem haverá tolerância com a inflação" e que a autoridade monetária tomará "decisões sobre o melhor curso para a política monetária".

Diante do cenário, grandes instituições revisaram suas projeções para a reunião desta semana do Copom. O Banco JPMorgan antecipou sua aposta para a alta da Selic, estimando agora uma subida do juro básico de 0,25 ponto porcentual. A projeção anterior era para início do aperto monetário em maio.

O banco HSBC também antecipou a aposta de início de um ciclo de alta na Selic para abril, com alta de 0,50 ponto porcentual nesta semana. Antes, a instituição esperava que o ciclo de aperto de 0,5 ponto começasse em maio. Votorantim Corretora e Bank of America (BofA) Merrill Lynch também projetam alta da Selic na quarta-feira.

O avanço das taxas futuras ocorre em meio a um cenário que justificaria a retirada de prêmios da curva de juros. A pesquisa Focus do Banco Central, por exemplo, mostrou que a projeção para a Selic referente ao encontro do Copom desta semana seguiu em 7,25% ao ano. Para a reunião de maio, subiu de 7,50% para 7,75%, o que mostra alta de 0,50 pp da Selic. A mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano cedeu de 5,70% para 5,68%. Para o ano que vem, seguiu em 5,70%.

No exterior, o dia foi de forte aversão ao risco. O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 7,7% no primeiro trimestre, ante igual trimestre de 2012, de 7,9% no quarto trimestre do ano passado, na mesma base de comparação, e ante os 8,0% previstos por economistas.

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