Economia

Juro mais alto reduziria venda em 60 dias, diz Fenabrave

A explicação para a queda nas vendas na passagem de janeiro para fevereiro, declara a Fenabrave, está na política de impostos e no calendário


	Autoindústria: a hipótese de aumento da Selic nos próximos encontros deve ter impacto no desempenho do setor.
 (Marcelo Camargo/ABr)

Autoindústria: a hipótese de aumento da Selic nos próximos encontros deve ter impacto no desempenho do setor. (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - A queda de 2% nos emplacamentos totais no primeiro bimestre do ano sobre igual período de 2012 gera um desconforto para o setor, "porque estamos voltando ao patamar médio da crise que ocorreu em 2008 e 2009". A afirmação é do presidente executivo da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, Alarico Assumpção Júnior, ao comentar em entrevista o balanço do setor.

Dados da Fenabrave divulgados mais cedo nesta terça-feira mostram que entre janeiro e fevereiro foram comercializados 799.538 veículos entre carros, comerciais leves, ônibus, caminhões, motocicletas e implementos rodoviários no País, ante 816.087 unidades no primeiro bimestre do ano passado.

Segundo o executivo, apesar da previsão de manutenção na taxa básica de juros, em decisão nesta quarta-feira (06) do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a hipótese de aumento da Selic nos próximos encontros deve ter impacto no desempenho do setor.

"A alteração de Selic, se ocorrer a partir do próximo mês, se refletirá no desempenho dos próximos 60 dias e será um limitador para obtenção de crédito e nas vendas", disse Assumpção.

A piora no desempenho neste início de ano levou os estoques de automóveis e comerciais leves nas concessionárias para 35 dias, quando o ideal, segundo a Fenabrave, seria de 20 a 21 dias.

A explicação para a queda nas vendas na passagem de janeiro para fevereiro, declara a Fenabrave, está na política de impostos e no calendário. O primeiro mês do ano contou com 22 dias úteis, enquanto o seguinte, tradicionalmente menor e ainda encurtado pelo carnaval, resultou em 17 dias úteis. Uma comparação desfavorável para vendas, portanto.


"Além disso, foi o primeiro mês que estoques de concessionárias não tinham veículos com o IPI reduzido", afirmou Assumpção, reforçando que estima uma expansão discreta nos próximos meses. "Prevemos ainda um crescimento modesto para este ano sobre 2012 para automóveis e comerciais leves (de 2,6%)."

Caminhões

Mesmo com uma queda de 7% no setor de caminhões e ônibus no primeiro bimestre, as perspectivas são positivas para o segmento em 2013 e a Fenabrave projeta alta de 15% ante 2012. Segundo Assumpção, as vendas de caminhões em janeiro e fevereiro se concentraram em modelos mais pesados, que têm uma fatia menor na comercialização total. "Muitas entregas ainda foram postergadas por conta da aprovação do crédito", acrescentou.

"Mas para este ano o mercado de caminhões deve recuperar por conta da safra e de outros setores, como cargas industrializadas, minérios e bem como por conta da melhoria da infraestrutura", avaliou o executivo.

Ônibus

As vendas de ônibus, segundo ele, devem ser impulsionadas pelo consumidor que migrou para aviação e agora deve retornar ao transporte rodoviário em virtude do aumento das tarifas aéreas. O setor público também deve contribuir para as aquisições. "No ano passado, as vendas de ônibus foram prejudicadas pelo período eleitoral, quando as licitações são proibidas.

E os novos prefeitos, quando assumem, um dos pontos de melhoria é sempre transporte público", declarou Assumpção.

Motocicletas

As vendas de motocicletas, por sua vez, seguem penalizadas pelas restrições de crédito das instituições financeiras, mas o crescimento previsto de 3,7% nas vendas deste ano frente a 2012 deve ocorrer por demanda gerada pelos consórcios de montadoras.

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