Economia

Juro futuro reverte e taxas ficam praticamente estáveis

Segundo operadores, as declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, à Bloomberg seriam um dos motivos para a reversão


	Bovespa: ao término da negociação normal na BM&F, a taxa do DI para janeiro de 2017 estava em 8,57%
 (Divulgação/Facebook/BM&FBovespa)

Bovespa: ao término da negociação normal na BM&F, a taxa do DI para janeiro de 2017 estava em 8,57% (Divulgação/Facebook/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2012 às 16h22.

São Paulo - As taxas futuras de juros, que permaneceram em queda durante boa parte do dia, voltaram no meio da tarde para perto dos ajustes da véspera e permaneceram assim até o fim do pregão desta quarta-feira. Segundo operadores, as declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, à Bloomberg seriam um dos motivos para a reversão.

Tombini reafirmou que vê a inflação na meta com o juro básico estável por um período de tempo longo. Na prática, isso significa que não deve haver alteração na estratégia do BC, mesmo diante do descumprimento da meta de superávit primário pelo governo ou dos novos indícios de fraqueza da economia global. Nesta quarta, o ambiente externo se deteriorou, uma vez que o fim da eleição nos Estados Unidos levou os investidores a se preocupar com outro problema: a questão fiscal norte-americana.

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa do DI para janeiro de 2017 (132.970 contratos) estava em 8,57%, igual ao ajuste e após bater a mínima de 8,52% mais cedo. O juro para janeiro de 2021 (2.910 contratos) marcava máxima de 9,22%, de 9,21% na véspera e 9,14% na mínima intraday. O contrato com vencimento em janeiro de 2013 (apenas 3.545 contratos) projetava taxa de 7,12%, idêntica à da véspera. Já o DI para janeiro de 2014, com 155.135 contratos, apontava 7,33%, também igual ao ajuste após tocar na mínima de 7,31%.


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA - inflação oficial - de outubro ficou em 0,59%, a maior taxa desde abril (0,64%), mas em linha com as estimativas coletadas pelo AE Projeções, cuja mediana era de 0,58%. A variação também ficou acima dos 0,43% registrados em outubro de 2011.

Em contrapartida, a Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que o IGP-DI do mês passado teve deflação de 0,31%, após subir 0,88% em setembro. A queda foi mais acentuada que a mediana das projeções, de -0,15%, corroborando o cenário traçado pelo BC, já que a inflação no varejo tende a captar esse movimento do atacado. O índice de preços no atacado (IPA) agrícola teve deflação de 1,34% em outubro, após subir 1,98% em setembro.

No exterior, os mercados operam em queda neste primeiro dia de reação à reeleição de Barack Obama nos Estados Unidos. Passada a dúvida sobre o nome do candidato eleito, os investidores voltam as atenções para a situação fiscal do país, já que um conjunto de cortes de gastos e aumentos de impostos, de US$ 600 bilhões, entra automaticamente em vigor em janeiro. Na Europa, além das incertezas que rondam a votação do pacote de austeridade pelo Parlamento da Grécia, a Comissão Europeia afirmou que o bloco terá uma recessão maior do que a esperado este ano e começará a se recuperar muito lentamente e de maneira desigual em 2013.

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