Economia

Juncker cancela compromisso em meio a escândalo fiscal

O presidente da Comissão Europeia cancelou participação em conferência, no momento em que investigação sobre acordos fiscais foi divulgada

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker (FREDERICK FLORIN/AFP)

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker (FREDERICK FLORIN/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2014 às 11h53.

Bruxelas - O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, cancelou nesta quinta-feira sua participação em uma conferência sobre a Europa organizada em Bruxelas, depois de saber que Jacques Delors, também convidado, estava doente, uma decisão criticada pelos organizadores.

Esta mudança na programação ocorre no momento em que é divulgada uma investigação revelando que Luxemburgo assinou acordos fiscais com 340 multinacionais, incluindo bancos brasileiros, Apple, Amazon, Ikea, Pepsi, Heinz, Verizon e AIG, para reduzir seus impostos.

O ex-presidente da Comissão Europeia "Jacques Delors está doente e não viajará", informou Margaritis Schinas, porta-voz da Comissão Juncker.

Por isso, "Juncker não vai participar no diálogo" previsto para o início da tarde, como parte de uma conferência de dois dias sobre a Europa, organizada pelo jornal francês L'Observateur, porque "ele não pode dialogar com ele mesmo", explicou Schinas.

A conferência em questão foi cancelada, mesmo que o convite para Jean-Claude Juncker tenha sido mantido.

"Neste ponto de viragem para o projeto europeu e, no momento em que se instala uma nova Comissão, lamentamos profundamente que o presidente tenha tentado considerado não ser importante ou adequado vir e discutir os desafios que enfrentamos com os cidadãos do continente todo", lamentaram os organizadores.

"A política da cadeira vazia nunca fez o diálogo avançar. A Europa merece discussões reais, para se reinventar a céu aberto. Esta é a direção que queríamos dar a estes 'Dias de Bruxelas'", expressaram em um comunicado.

Acompanhe tudo sobre:BancosEscândalosFinançasFraudesImpostosLeãoLuxemburgoPaíses ricosPolítica fiscal

Mais de Economia

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições

Ministros apresentam a Lula relação de projetos para receber investimentos da China