Economia

Joaquim Levy diz que apenas trabalho cria riquezas

De acordo com o novo ministro, haverá um esforço de reequilibrar as contas públicas do governo de forma "duradoura, se não, permanente"


	Joaquim Levy: ministro disse que será preciso determinação e humildade para vencer os obstáculos
 (Wilson Dias/ABr)

Joaquim Levy: ministro disse que será preciso determinação e humildade para vencer os obstáculos (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 18h03.

Brasília - O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, enfatizou nesta segunda-feira, 5, a importância do mercado de trabalho para o crescimento econômico.

"Apenas o trabalho pode criar riquezas", salientou. De acordo com ele, haverá um esforço de reequilibrar as contas públicas do governo de forma "duradoura, se não, permanente".

Levy comentou, assim como a presidente Dilma Rousseff em seu discurso de posse, que a reforma foi o tema mais evocado em 2014.

Ele salientou, porém, que o sucesso de sua empreitada virá do trabalho conjunto com outros ministérios, como o Planejamento, Agricultura, Desenvolvimento, Trabalho, Relações Exteriores e "muito especialmente" com o Congresso Nacional.

Levy iniciou seu discurso na solenidade de transmissão de cargo agradecendo a confiança que a presidente Dilma depositou nele e os votos de sucesso que recebeu de amigos e desconhecidos.

"Procurarei corresponder", afirmou. Levy destacou como prova de maturidade da democracia brasileira ao ver que grande maioria da população concorda ser imperativo o compromisso fiscal.

Segundo ele, esse compromisso fiscal nem sempre é fácil, considerando as demandas legítimas da sociedade.

Levy disse que esse equilíbrio fiscal é indispensável para continuar no caminho já iniciado e é a chave para a confiança e o crédito.

Ele afirmou que o Brasil tem condições de fazer o equilíbrio fiscal que, segundo o ministro, dará tranquilidade para o empresário tomar risco e investir e permitirá iniciar um novo ciclo de crescimento.

"O equilíbrio fiscal em 2015 e o cumprimento das metas em 2016 e 2017, conforme previsto na LDO, serão fundamento de novo ciclo de crescimento", afirmou.

Ele também destacou a estabilização monetária, sob a eficaz vigilância do Banco Central.

Segundo Levy, a responsabilidade fiscal exercida na primeira década dos anos 2000 foi importante para inclusão social e para permitir conduzir uma política anticíclica eficaz após a crise global de 2008, em sintonia com o G-20.

Levy também criticou o sistema patrimonialista e falou em um "basta" ao sistema.

"É a pior privatização da coisa pública", disse.

O ministro disse que será preciso determinação e humildade para vencer os obstáculos.

Levy afirmou que é preciso permitir que os ganhos de trabalho se consolidem e que a inclusão social prossiga.

Godoy

Levy indicou para a secretaria-executiva Tarcísio Godoy, que atualmente é diretor da área de seguros do Bradesco.

Para o Tesouro Nacional, Levy indicou Marcelo Saintive Barbosa, que foi já foi secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda.

Para a Secretaria de Política Econômica, o indicado foi Afonso Arinos de Melo Franco Neto.

Para a Receita Federal, foi indicado Jorge Rachid. Levy manteve Pablo Fonseca na Secretaria de Acompanhamento Econômico e Adriana Queiroz na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Na Secretaria de Assuntos Internacionais, o indicado foi Luiz Balduíno. Para o Carf, tribunal administrativo do Fisco, foi indicado o atual secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto.

Meirelles

O ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que o discurso de posse de Levy, focado na busca por maior disciplina fiscal, "veio na direção correta".

Em rápido comentário, Meirelles afirmou: "Está na direção correta. Agora é implementar, né? Mas veio na direção correta. Muito bom. Vamos ver como será", disse Meirelles.

Meirelles presidiu o BC entre janeiro de 2003 e dezembro de 2010.

Atualizado às 19h03.

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