Japão: país prepara um pacote de estímulo econômico no valor de 120 bilhões de dólares (Alexander Spatari/Getty Images)
Reuters
Publicado em 3 de dezembro de 2019 às 09h44.
Última atualização em 3 de dezembro de 2019 às 09h45.
Tóquio — O Japão está preparando um pacote de estímulo econômico no valor de 120 bilhões de dólares para sustentar um crescimento frágil, disseram nesta terça-feira duas autoridades do governo com conhecimento direto do assunto, complicando os esforços do país em consertar as finanças públicas.
Os gastos serão destinados a um orçamento suplementar para este ano fiscal até o próximo mês de março e a um orçamento anual para o próximo ano fiscal a partir de abril. Ambos os orçamentos serão compilados ainda este mês, disseram as fontes à Reuters, recusando-se a serem identificadas porque o pacote não foi finalizado.
O pacote chegará a cerca de 13 trilhões de ienes (120 bilhões de dólares), mas o valor aumentará para 25 trilhões de ienes (230 bilhões de dólares) quando o setor privado e outros gastos forem incluídos.
O jornal Nikkei informou no fim de semana que o governo japonês estava pensando em montar um pacote de estímulo em larga escala com gastos fiscais superiores a 92 bilhões de dólares.
O crescimento econômico do Japão caiu para seu nível mais fraco em um ano no terceiro trimestre, com a fraca demanda global e a guerra comercial sino-americana atingindo as exportações, alimentando os temores de uma recessão. Alguns analistas também temem que um aumento de 10% nos impostos sobre vendas, implementado em outubro, possa esfriar o consumo privado, que tem ajudado a compensar as exportações fracas.
Esses gastos podem sobrecarregar os cofres do Japão, que tem o maior fardo de dívida pública do mundo industrial, que supera o dobro do tamanho de sua economia de 5 trilhões de dólares.
Apesar do tamanho do estímulo, os gastos reais seriam menores no atual ano fiscal, e os economistas não esperam um grande impulso.
"Esperamos que o orçamento extra deste ano fiscal totalize em torno de 3-4 trilhões de ienes. Não devemos esperar que isso aumente substancialmente a taxa de crescimento do PIB", disse Takuya Hoshino, economista sênior do Dai-ichi Life Research Institute.