Economia

Japão entra em recessão no 1º tri e caminha para pior contração pós-guerra

Com crise do coronavírus, PIB do Japão contraiu 3,4% em termos anualizados no primeiro trimestre

A última vez que o Japão sofreu uma recessão técnica foi no segundo semestre de 2015 (Issei Kato/Reuters)

A última vez que o Japão sofreu uma recessão técnica foi no segundo semestre de 2015 (Issei Kato/Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de maio de 2020 às 08h59.

Última atualização em 18 de maio de 2020 às 15h14.

A economia do Japão caiu em recessão pela primeira vez em quatro anos e meio no primeiro trimestre, deixando o país a caminho de sua maior contração pós-guerra conforme a crise do coronavírus afeta empresas e consumidores.

Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) destacaram o impacto do surto, com as exportações registrando a maior queda desde o terremoto de março de 2011 diante das paralisações e problemas nas cadeias de ofertas globais.

A terceira maior economia do mundo contraiu 3,4% em termos anualizados no primeiro trimestre, mostraram dados preliminares do Produto Interno Bruto, contra expectativa do mercado de queda de 4,6%.

No quarto trimestre, a economia já havia sofrido uma queda de 7,3%, com trimestres consecutivos de contração atendendo à definição técnica de recessão. A última vez que o Japão sofreu uma recessão foi no segundo semestre de 2015.

Analistas alertam para um cenário ainda pior no segundo trimestre já que o consumo caiu depois de o governo ter pedido aos cidadãos em abril que permanecessem em casa.

"É quase certeza que a economia sofreu um declínio ainda mais profundo no atual trimestre", disse Yuichi Kodama, econmista-chefe do Instituto de Pesquisa Meiji Yasuda.

As consequências do vírus sobre as empresas japonesas levaram a uma queda de 6,0% nas exportações no primeiro trimestre, maior declínio desde o segundo trimestre de 2011.

"As exportações para a China começaram a cair em fevereiro, seguido de uma onda de queda nos embarques para a Europa e os Estados Unidos", disse Takeshi Minami, economista-chefe do Instituto de Pesquisa Norinchukin.

Analistas consultados pela Reuters estimam que a economia do Japão vai encolher 22% em termos anualizados neste trimestre, o que seria um recorde.

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