Economia

Japão diz que TPP "não faz sentido sem os EUA"

Declarações do governo japonês vieram depois de Trump anunciar a retirada dos Estados Unidos do pacto comercial multilateral

Yoshihide Suga: ele reafirmou o posicionamento do governo japonês perante a possibilidade de continuar com o tratado sem a presença americana (Getty Images/Exame Hoje)

Yoshihide Suga: ele reafirmou o posicionamento do governo japonês perante a possibilidade de continuar com o tratado sem a presença americana (Getty Images/Exame Hoje)

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EFE

Publicado em 22 de novembro de 2016 às 09h01.

Tóquio - O governo do Japão considerou nesta terça-feira que o Acordo de Associação Transpacífico (TPP) "não faz sentido sem os Estados Unidos", depois que o recém-eleito presidente americano, Donald Trump, anunciar que irá retirar o país dessa aliança comercial.

"O TPP não faz sentido sem os Estados Unidos. O equilíbrio fundamental de vantagens (comerciais) viria abaixo e renegociá-lo da mesma maneira seria impossível", disse em entrevista coletiva o ministro porta-voz do Executivo japonês, Yoshihide Suga, de acordo com a agência "Kyodo".

As declarações de Suga foram feitas depois de Trump ter feito um comunicado em vídeo ontem anunciando medidas para os primeiros 100 dias de seu futuro mandato, entre elas "uma carta de intenções" para retirar os Estados Unidos do pacto comercial multilateral.

O TPP busca a eliminação da maior parte das tarifas entre 12 países (Japão, Brunei, Malásia, Cingapura, Vietnã, Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Canadá, México, Peru e Chile).

Cada Estado deve ratificar independentemente o TPP para que possa entrar em vigor, embora o anúncio de Trump, que já tinha prometido em campanha que tiraria seu país do acordo, torne difícil que este se torne em realidade.

A fala do porta-voz japonês hoje reafirmou o posicionamento do governo japonês perante a possibilidade, proposta então pelo México, de continuar com o tratado sem a presença americana.

O Japão se tornou no último dia 10 o primeiro país signatário a dar sinal verde ao tratado depois que a Câmara Baixa (câmara dos deputados) o ratificou.

O governo do primeiro-ministro Shinzo Abe depositou grandes esperanças neste pacto, que considera um importante incentivo para aprovar reformas estruturais pendentes dentro de seu programa de reforma econômica, o "Abenomics".

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