Economia

Japão compra títulos da dívida pública chinesa

O gigante asiático não permite que investidores comprem livremente papéis de sua dívida, exigindo uma permissão do Banco Central chinês

Trata-se da primeira vez que a China fecha um acordo dessas características com uma das maiores economias do mundo  (Hannah Johnston/Getty Images)

Trata-se da primeira vez que a China fecha um acordo dessas características com uma das maiores economias do mundo (Hannah Johnston/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2012 às 10h24.

Tóquio - O ministro de Finanças do Japão, Jun Azumi, afirmou nesta terça-feira (local) que o país recebeu a autorização de Pequim para comprar títulos da dívida do governo chinês pela primeira vez, no valor de US$ 10,3 bilhões.

Segundo declarações divulgadas pelo jornal econômico 'Nikkei', o Japão recebeu o aval das autoridades chinesas no último dia 8.

Em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (local), o ministro de Finanças japonês disse que a quantia é apropriada para impulsionar as relações econômicas entre os dois grandes parceiros comerciais, apesar das tensões políticas históricas.

Azumi advertiu, no entanto, que o governo japonês só começará a comprar títulos chineses daqui a vários meses, pois Tóquio deverá considerar as condições de mercado antes de realizar a operação inédita.

Trata-se da primeira vez que a China fecha um acordo dessas características com uma das maiores economias do mundo. O gigante asiático não permite que investidores comprem livremente papéis de sua dívida, exigindo uma permissão do Banco Central chinês.

Pequim, por sua vez, esteve investindo ativamente na dívida do governo japonês, numa tentativa de mudar algumas de suas reservas de dólares a ienes, considerada uma moeda 'refúgio' em momentos de incerteza, ante o risco das turbulências econômicas mundiais.

Detentora da maior reserva de divisas do mundo, com cerca de US$ 3,2 trilhões, a China se transformou também em um dos principais compradores de títulos públicos, não só na Europa, mas também nos Estados Unidos, do qual é credor de aproximadamente US$ 1,16 trilhão. 

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