Economia

Itaú Unibanco projeta dólar em R$ 2,30 em 2013

Banco revisou projeção de crescimento em 2014 para menos de 2%


	Dinheiro: inflação corrente mais baixa levou o Itaú a reduzir a projeção para a variação do IPCA neste ano de 6,1% para 5,9%
 (Diego Giudice/Bloomberg News)

Dinheiro: inflação corrente mais baixa levou o Itaú a reduzir a projeção para a variação do IPCA neste ano de 6,1% para 5,9% (Diego Giudice/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2013 às 15h25.

São Paulo – O Itaú Unibanco atualizou algumas de suas projeções para a economia brasileira em 2013 e 2014. De acordo com relatório do banco, a queda da confiança de consumidores e empresários aponta para um crescimento menor da economia – abaixo de 2% em 2014. “No momento atual, as restrições econômicas estão pesando”, afirma relatório assinado pelo economista-chefe da instituição, Ilan Goldfajn. A projeção para a taxa de câmbio foi revisada de 2,18 reais por dólar no final deste ano e do próximo para 2,30 e 2,40, respectivamente.

De acordo com o Itaú, fatores de curto prazo pressionam o real, mas variáveis de longo prazo também apontam para um câmbio mais depreciado. Hoje o Banco Central realizou uma operação de swap cambial (transação parecida com a venda de dólares no mercado futuro) que totalizou 993,9 milhões de dólares. A operação é uma tentativa do BC de segurar a alta do dólar. O Itaú reduziu sua projeção para o saldo comercial neste ano de 6 bilhões de dólares para zero.

O Itaú também reduziu suas projeções de crescimento do PIB em 2013 e 2014. Em 2013, a projeção passou de 2,3% para 2,1%. Para 2014, a projeção foi reduzida de 2,2% para 1,7%. A redução para 2014 foi explicada pelo banco com base no efeito estatístico do menor crescimento no segundo semestre deste ano e da perspectiva de uma taxa de desemprego mais alta. O espaço para uso de políticas anticíclicas é limitado, segundo o Itaú.

O Itaú revisou para baixo a projeção de crescimento da economia em 2013 apesar de ter elevado a estimativa de crescimento no segundo trimestre de 2013 - de 0,8% para 1,0%. O dado será divulgado pelo governo no final do mês. O banco projeta estabilidade para o PIB do terceiro trimestre e modesta aceleração no último trimestre do ano. “Queda da confiança de empresários e consumidores e piora das condições financeiras apontam para economia fraca no segundo semestre”, afirma o relatório.

Inflação

Nessa semana, a divulgação da inflação do mês de julho foi comemorada pelo governo - o índice, de 0,03% no mês, levou a inflação em 12 meses a 6,27%, abaixo do teto da meta. A inflação corrente mais baixa levou o Itaú a reduzir a projeção para a variação do IPCA neste ano de 6,1% para 5,9%.

Para os próximos meses, o Itaú projeta uma aceleração gradual da inflação para 0,3%, em agosto, e 0,5%, em setembro, subindo para uma média mensal de 0,6% no último trimestre. Para 2014, o Itaú avalia que o cenário para a inflação está mais incerto e, devido ao crescimento mais baixo da economia e aos preços de commodities menores, reduziu a projeção de 5,9% para 5,8%.


De acordo com o banco o “alto e persistente” nível da inflação limita o espaço para que a política monetária possa ser alterada para evitar um crescimento mais baixo da economia.

Juros

O banco acredita que, apesar do alívio na inflação de curto prazo e da expectativa de crescimento menor, os riscos para a inflação continuam – e projeta que o Copom optará por continuar o ciclo de alta de juros, mantendo o ritmo de elevação da Selic. O banco manteve a projeção de mais duas altas de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões do Copom, e uma última alta de 0,25 p.p. em novembro, levando a Selic para 9,75% ao ano.

Déficit

A projeção para o déficit em conta corrente foi elevada para 78 bilhões de dólares - 3,5% do PIB (antes, estava em 3,3%). Para 2014, a previsão é de déficit de 2,9% do PIB. Para o próximo ano, o câmbio mais depreciado e o menor ritmo da atividade econômica devem atuar positivamente sobre o saldo em transações correntes, apesar do efeito negativo dos termos de troca na balança comercial, segundo o Itaú.

“Prevemos que o ciclo econômico será ainda menos favorável para a política fiscal nos próximos trimestres”, afirma o banco. Em decorrência de sua revisão para baixo no crescimento econômico projetado para 2013 e 2014, o Itaú reduziu sua estimativa para a arrecadação tributária em 4 bilhões de reais (0,1% do PIB) para 2013, e em 11 bilhões de reais (0,2% do PIB) para 2014.

O Itaú manteve as projeções de superávit primário de 1,7% do PIB neste ano e de 1,1% do PIB em 2014. 

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