Sede do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos (Leah Millis/Reuters)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 12 de abril de 2024 às 17h28.
Última atualização em 12 de abril de 2024 às 18h08.
Em relatório distribuído aos clientes e ao mercado, o banco privado estimou que a maior economia do planeta registrará um crescimento no primeiro trimestre de 2,5%, puxado pelo consumo das famílias. A instituição financeira ainda apontou que um dos motivos que explicam a resiliência da atividade é o forte aumento da imigração nos últimos anos, que aumenta o PIB potencial via crescimento mais rápido da força de trabalho.
Leia mais: CME: mercado passa a precificar chance maior de haver apenas 1 corte de juros do Fed este ano
“A alta da imigração ficou mais evidente após a revisão do cenário populacional do CBO [Congressional Budget Office], que passou a estimar entrada de 3 milhões de novos imigrantes por ano, a maior parte puxada por estimativas de imigrantes ilegais [2 milhões], implicando um choque de oferta de emprego na economia. Estimamos que o crescimento da imigração aumenta o PIB potencial em 0,5 ponto percentual, para em torno de 2,5-3,0%”, informou o Itaú.
Com isso, a criação de empregos deve manter o crescimento em ritmo forte, acima da média 200 mil vagas por mês, ao longo do semestre, estimou a instituição financeira. No caso da inflação, apesar da evolução favorável das condições de oferta, surpreendeu para cima em março, pelo terceiro mês consecutivo.
“A elevada persistência da inflação em níveis acima do compatível com a meta diminui a confiança das autoridades de que o salto do primeiro bimestre foi um obstáculo temporário na trajetória de desinflação almejada pelo Fed”, afirmou o Itaú.
Com isso, o banco privado alterou a expectativa para o início do ciclo de cortes de juros de junho para dezembro, mantendo três cortes no ano que vem. Segundo o Itaú, na reunião de março, os membros do FOMC sinalizaram três cortes de juros no ano como a expectativa mediana do comitê, mas com uma distribuição assimétrica na direção de menos cortes.
“Essa divisão, após nova surpresa na inflação, deve ser suficiente para que a maioria dos membros descarte cortes de juros ainda no primeiro semestre, principalmente em meio a um cenário de crescimento e emprego forte que devem continuar a frente. Esperamos uma taxa terminal de 4,25-4,50%, que seria atingida em setembro do ano que vem”, informou o Itaú.