Economia

Itália diz que não vai mudar meta de déficit apesar de "ameaças" da UE

A Comissão Europeia teme que a nova meta de déficit orçamentário aumente a enorme dívida pública da Itália, a segunda mais alta na UE depois da Grécia

Luigi Di Maio: o déficit estrutural da Itália deve subir junto com o número principal (Mohamed Abd El Ghany/Reuters)

Luigi Di Maio: o déficit estrutural da Itália deve subir junto com o número principal (Mohamed Abd El Ghany/Reuters)

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Reuters

Publicado em 2 de outubro de 2018 às 11h35.

Roam - O vice-primeiro-ministro italiano Luigi Di Maio defendeu nesta terça-feira a postura inflexível de seu aliado de coalizão sobre a nova meta de déficit orçamentário, apesar da pressão de autoridades em Bruxelas e de parceiros da União Europeia por uma mudança de postura.

O governo italiano triplicou a meta de seu predecessor e determinou, na semana passada, uma meta de déficit de 2,4 por cento do Produto Interno Bruto para os próximos três anos, afligindo os mercados e provocando críticas e pedidos de autoridades da Comissão Europeia para que reconsiderasse a medida.

"Não vamos voltar atrás dessa meta de 2,4 por cento, isso precisa estar claro... Não vamos voltar atrás um milímetro", disse Di Maio em entrevista a uma rádio.

Embora o déficit de 2,4 por cento esteja dentro do limite de 3 por cento estabelecido pela União Europeia, o déficit estrutural da Itália subirá junto com o número principal, de acordo com o projeto atual, o que vai contra as regras da UE.

A Comissão também está preocupada que o orçamento aumente a já enorme dívida pública da Itália, proporcionalmente a segunda mais alta na UE depois da Grécia. O governo diz que proporção dívida/PIB cairá graças a um crescimento econômico mais forte provocado pelo orçamento expansionista.

Em Luxemburgo, o vice-presidente da Comissão para o euro, Valdis Dombrovskis, disse esperar que a Itália deixe a proposta do orçamento em linha com as regras da UE, e que está aberto ao diálogo.

A tarefa do governo é dificultada por vendas generalizadas de títulos italianos que aceleraram nesta terça-feira, quando o parlamentar eurocético Claudio Borghi, do partido governista Liga, disse que a situação econômica do país seria mais fácil se a Itália estivesse fora da zona do euro.

Borghi não é ministro e não sugeriu que o governo planeja sair do euro, mas ainda assim sua declaração levou os rendimentos dos títulos italianos a uma máxima de quatro anos e meio de 3,4 por cento, enquanto as ações dos bancos italianos recuaram.

Di Maio depois reiterou a postura oficial do governo de que não tem intenção de deixar nem a zona do euro nem a UE.

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