Economia

IPP inverte queda de outubro e sobe 0,62% em novembro

Em novembro de 2013, o dólar subiu 4,89% ante o real, a segunda maior variação mensal de 2013 e principal motor da aceleração Ído ndice de Preços ao Produtor


	Preços: em outubro, 14 setores haviam apresentado queda nos preços ao produtor
 (Getty Images)

Preços: em outubro, 14 setores haviam apresentado queda nos preços ao produtor (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2014 às 16h30.

Rio - A valorização do dólar voltou a impulsionar o Índice de Preços ao Produtor (IPP). Em novembro de 2013, o indicador registrou alta de 0,62%, bem acima dos -0,45% observados em outubro, informou nesta terça-feira, 7, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No penúltimo mês do ano passado, a moeda americana subiu 4,89% ante o real, a segunda maior variação mensal de 2013 e principal motor da aceleração do IPP. A valorização só foi maior em junho, quando o dólar subiu 6,78%, o que levou o IPP a uma alta de 1,32% naquele mês.

"Quando a gente olha o resultado do ponto de vista setorial, vê um movimento de concentração de alta nos produtos atrelados ao mercado internacional", explicou o técnico Cristiano Santos, da Coordenação de Indústria do IBGE. "Há uma inversão muito grande nos setores do ponto de vista da variação", acrescentou.

Em outubro, 14 setores haviam apresentado queda nos preços ao produtor. Desses 14, nove inverteram o sinal e tiveram alta em novembro. Entre eles, alimentos e outros equipamentos de transporte (que incluem aeronaves e produtos ligados à fabricação de embarcações, influenciados pelo câmbio). No total de novembro, 16 das 23 atividades pesquisadas tiveram aumento nos preços.

Nos alimentos, a alta de 1,22% levou a um impacto de 0,25% (a principal influência). Também foram contribuições importantes a metalurgia e os veículos automotores. No setor metalúrgico, o aumento de preços em produtos feitos de alumínio e aço, associado ao câmbio, provocou a alta.

Já nos veículos, o dólar ficou fora do rol de justificativas, mostrando que a moeda americana, apesar de principal, não é o único fator que influenciou o IPP. "Quando chega ao fim do ano, há uma troca muito grande de modelos, e isso influencia", explicou Santos.

Segundo o técnico, a indústria automotiva também pode ter aproveitado a expectativa de recomposição parcial do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para elevar os preços. A mudança na alíquota do imposto foi confirmada pelo governo no fim de dezembro e passou a vigorar em 1º de janeiro de 2014.

Na contramão, outros produtos químicos contribuíram negativamente, na esteira do ajuste de preços da nafta (insumo da indústria petroquímica) no mercado internacional. "A nafta vinha muito apreciada em 2012, e os preços aumentaram nos primeiros meses de 2012. Agora, há um reposicionamento para equilibrar os preços no mercado internacional", disse Santos.

O IPP acumula alta de 5,04% no ano. Apesar de a variação ser muito próxima do IPCA até novembro (4,95%), Santos advertiu que o alinhamento entre os dois indicadores deve ser interpretado com reservas, uma vez que o IPP mede preços de produtos exportados e que não têm impacto para o consumidor. O IPCA, por sua vez, incorpora preços de importados, que não são medidos no IPP. O IPCA de 2013, que mostrará a inflação oficial do ano passado, será divulgado na próxima sexta (10).

Acompanhe tudo sobre:Dólar comercialEstatísticasIBGEIndicadores econômicosPreços

Mais de Economia

Pacheco afirma que corte de gastos será discutido logo após Reforma Tributária

Haddad: reação do governo aos comentários do CEO global do Carrefour é “justificada”

Contas externas têm saldo negativo de US$ 5,88 bilhões em outubro

Mais energia nuclear para garantir a transição energética