Economia

Ipea: Alimentos elevam inflação da baixa renda em janeiro, passagem aérea alivia de mais ricos

Inflação acelerou de um aumento de 0,61% em dezembro para uma alta de 0,66% em janeiro

Ipea: alta nos preços dos alimentos afeta diretamente as famílias de baixa renda (Paulo Whitaker/Reuters)

Ipea: alta nos preços dos alimentos afeta diretamente as famílias de baixa renda (Paulo Whitaker/Reuters)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 19 de fevereiro de 2024 às 14h52.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2024 às 14h52.

A alta nos preços dos alimentos em janeiro pressionou mais a inflação percebida pelas famílias de baixa renda, enquanto a queda nas tarifas aéreas aliviou os mais ricos, informou nesta segunda-feira, 19, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação acelerou de um aumento de 0,61% em dezembro para uma alta de 0,66% em janeiro para o segmento familiar de renda muito baixa. Para o grupo de renda alta houve desaceleração, de uma elevação de 0,62% em dezembro para aumento de 0,04% em janeiro.

"Em termos absolutos, as maiores taxas de inflação no mês foram registradas nos segmentos de renda muito baixa (0,66%) e renda baixa (0,59%), refletindo, sobretudo, a alta nos preços dos alimentos. Em contrapartida, o segmento de renda alta foi o que apresentou a menor taxa de inflação no período (0,04%), beneficiada especialmente pela queda dos preços das passagens aéreas", ressaltou Maria Andreia Parente Lameiras, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, na Carta de Conjuntura divulgada pelo instituto.

Em janeiro, o principal foco inflacionário para as classes de rendas mais baixas partiu do encarecimento dos alimentos para consumo no domicílio, com destaque para os aumentos nos cereais (6,8%), tubérculos (11,1%), frutas (5,1%) e óleos e gorduras (2 1%). O Ipea lembra que o gasto mensal das famílias com alimentos pesa mais no orçamento dos mais pobres do que dos mais ricos. O grupo saúde e cuidados pessoais também pressionou a inflação das classes de renda mais baixas em janeiro, devido aos reajustes de 0,70% dos produtos farmacêuticos e de 0,94% dos produtos de higiene pessoal.

No caso das famílias de renda alta, além da queda de 15,2% dos preços das passagens aéreas, houve recuo de 10,2% nas tarifas de transporte por aplicativo, resultando em um alívio inflacionário para os mais ricos.

Com o resultado de janeiro, a inflação acumulada em 12 meses foi de 5,67% na faixa de renda alta e de 3,47% na faixa de renda muito baixa.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, desacelerou de uma elevação de 0,56% em dezembro para alta de 0,42% em janeiro. A taxa acumulada em 12 meses ficou em 4,51% em janeiro.

O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar menor que R$ 2.105,99 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 21.059,92, no caso da renda mais alta.

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