Economia

IPCA para 2016 sobe de 6,87% para 6,93%, aponta Focus

O objetivo do BC é manter a inflação entre o centro (4,5%) e o teto (6,5%) da meta deste ano


	Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: o objetivo do BC é manter a inflação entre o centro (4,5%) e o teto (6,5%) da meta deste ano, mas o mercado não acredita nisso
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: o objetivo do BC é manter a inflação entre o centro (4,5%) e o teto (6,5%) da meta deste ano, mas o mercado não acredita nisso (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2016 às 11h58.

Brasília - Na primeira divulgação do Relatório de Mercado Focus com as projeções completas para 2017, a estimativa dos analistas é de uma elevação da inflação em 2016 e de estabilidade no ano que vem, com ênfase nas mudanças para curto prazo.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, escreveu em carta aberta ao ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, divulgada na Sexta-feira (8) à noite, que conta com uma desinflação ao longo deste ano causada, sobretudo, pelos preços administrados e pelo setor de serviços, em meio a recessão que atravessa o País.

Mas de acordo com o documento divulgado na manhã desta segunda-feira, 11, pelo BC, a mediana das previsões do mercado financeiro para o IPCA de 2016 subiram de 6,87% para 6,93%. Há um mês, a mediana estava em 6,80%.

O objetivo do BC, conforme Tombini reforçou na carta, é manter a inflação entre o centro (4,5%) e o teto (6,5%) da meta deste ano - o mercado, segundo avaliação da pesquisa Focus, não acredita que isso será possível.

O grupo dos economistas que mais acertam as previsões, Top 5 de médio prazo, está mais descrente ainda. Para ele, o IPCA encerrará este ano em 7,49%. Na semana a anterior, o ponto central entre esses cinco participantes estava em 7,44% e, quatro semanas atrás, em 7,21%. Esta é a quinta semana consecutiva em que há alta das estimativas deste grupo.

Na pesquisa geral, a mediana das projeções para o IPCA de 2017 foi mantida em 5,20%, também distante do objetivo do BC de levar a inflação para mais perto de 4,50%. Para o ano que vem, a taxa permaneceu em 5,50% no grupo Top 5 de médio prazo pela quarta vez seguida.

No caso das expectativas para a inflação suavizada 12 meses a frente, a mediana recuou de 6,94% para 6,79% de uma semana para outra - há um mês, estava em 7,01%.

Para o curto prazo, houve correção das expectativas para a taxa para janeiro de 2016, que foi modificada de 0,85% para 0,86%. Um mês antes, estava em 0,84%. Para fevereiro, a mediana das previsões seguiu em 0,80% pela quarta semana consecutiva.

De acordo com o último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado em dezembro, o BC projeta que a inflação encerre este ano em 6,2% no cenário de referência e em 6,3% pelo de mercado. Para 2017, a estimativa da autoridade monetária está em 4,8% pelo cenário de referência e de 4,9% pelo de mercado.

Preços administrados

Maiores vilões da inflação no ano passado, os preços administrados devem ter alta de 7,50% em 2016, de acordo com o Relatório Focus. Na semana passada, a mediana das projeções já estava nesse patamar, que se repete há quatro edições.

O BC também conta com uma forte desinflação desse segmento este ano para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5%.

Para 2017, o mercado acredita que esse conjunto de itens subirá 5,50%, mesmo nível visto há cinco semanas consecutivas.

No último Relatório Trimestral de Inflação de dezembro, o BC escreveu que, em 2016, a dinâmica dos preços administrados, aliados a outros componentes, são "fatores importantes do contexto em que decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), em 2017".

No mesmo documento, a autoridade monetária revelou que sua estimativa para esse conjunto em 2016 é de 5,9% ante 5,7% considerados no relatório anterior.

Essa projeção considera, para combustíveis, que os preços domésticos da gasolina e do óleo diesel encontram-se acima dos praticados no mercado internacional, restringindo, dessa forma, eventuais elevações.

Para os preços da energia, a projeção do BC de 4,6% para 2016 leva em conta a redução da tarifa em dólar da usina de Itaipu e a ausência de mudanças no valor definido pelo sistema de bandeiras tarifárias em 2016, muito embora os riscos hídricos tenham evoluído favoravelmente e tenha ocorrido desligamento de usinas térmicas de maior custo.

Já para 2017, a expectativa de reajustes dos itens administrados do BC é de 5,0%.

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